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quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Por um mundo melhor!

Acho interessante que se você quer um país melhor, é bom começar a lutar pelo bem dele! Assinem, divulguem, participem!

J.H.C

domingo, 6 de novembro de 2011

Fórmula da escrita

Minha escrita é um paradoxo, uma vez que libero e absorvo os meus sentimentos ao mesmo tempo enquanto escrevo. Com o intuito de intensificar e expressar minhas emoções, o papel começa a criar vida e quando termino o ultimo parágrafo, o texto reluz com aquele sinal de “estou completo”. Assim, coloco meu nome ao final e envio o escrito a todas as pessoas com quem desejo compartilhá-lo. Portanto escrever é uma doação de sentimentos, os quais se multiplicam e também retornam mais fortes ao seu respectivo doador. Além disso, escrevo por estar vivo e para lembrar-me que estou vivo, pois não adianta desperdiçar a vida com atitudes dignas de quem já está morto.

“A diferença entre um escritor e as demais pessoas é que seu sangue é feito de hemácias que, além de transportarem oxigênio e gás carbônico, capturam ideias, sentimentos e os transformam em palavras. Em seguida, essas palavras são jogadas no papel e o produto desta ação é sempre um novo texto”.

Reação Simplificada de Respiração e Produção Textual de um Escritor


C6H12O6 + 6O2 + Ideia + Emoções → 6CO2 + 12H2O + Energia + Palavras + Papel + Organização → Texto Bem-Escrito

Lucas de Figueiredo

sábado, 5 de novembro de 2011

O Inteligente e Estúpido

Finalmente descobrimos o que é a vida. Todas as religiões caíram por terra depois da revelação da notícia ao mundo, porém não poderia dizer se a ciência realmente prevaleceu, pois a único avanço que conseguimos obter foi a capacidade de ouvir o que os antigos povos — aqueles que foram dizimados com a conquista da América — ouviam. Descobrimos que a vida não passa de uma dança.
Seria uma espécie de dança eterna que entrelaça as primeiras relações com as últimas. Assim como uma semente é deixada para trás por uma árvore que morre, ou um zigoto que nasce de uma fecundação amorosa e depois sofre a tristeza de perder seus pais, ou ainda como um novo formigueiro que nasce alguns metros após de outro, que já perdeu sua rainha. “O fim é o começo, se ele começa, ele termina”, foi o que Edward D. Morrison não parou de repetir na convenção internacional de ontem. Não há espíritos, não há céu, não há inferno, pois esses três foram criações humanas. A vida é somente uma dança que envolve todos os seres e os proporciona toda uma cadeia de sensações.
Contudo, a música modificou seu refrão em um único ponto. E foi o ponto em que a Natureza resolveu arriscar uma inovação. Ela sabia que esta poderia ser maléfica e destrutiva, mas já estava cansada das cadeias evolutivas que tinha criado. Ela não queria criar novos bicos de pássaros, novas pelagens ou mudar o tamanho dos seres. Ela queria algo que pudesse sentir e criar como ela. Ela queria ser dominada, conquistada, amada por um ser que pudesse parecer-lhe superior. A música mudou quando a Natureza criou o homem.
Ela pegou uma linha evolutiva que lhe agradasse e modificou a estrutura do planeta e em alguns milhões de anos, o homem apresentava o que poderia ou não ser seu auge. A própria Natureza acreditava que o apogeu não seria o homo sapiens, pois ela percebia que ele sabia pensar, mas ainda era incapaz de sentir o que sua criadora sentia. Ela prosseguiu com sua nova invenção, mudando ligeiramente o planeta, separando os continentes cada vez mais, em busca de fazer o homem evoluir. Mas o que ela não tinha percebido é que, sem querer, ela deixou a semente da mudança florescer no homem. Os humanos progrediam bem até o começo do século XV da contagem anual que eles mesmos tinham criado. Porém, após esse tempo, eles começaram a modificar os planos de sua “Mãe” radicalmente, assim como uma criança que começa a bisbilhotar os projetos de seu pai e desordena todo o progresso conquistado. E foi assim que o mundo seguiu, aumentando sua nova contagem do tempo e que agora se encontra em 2473 anos de existência. A dança, que não tinha fim, começa a baixar seu volume diante das ações feitas pelos seres pensantes que a própria Natureza criou. O começo aos poucos encontra seu fim, no mesmo ponto de partida.
E foi no ano de 2468 que o homem descobriu o que sua “Mãe” queria. Em 2468 o ser humano resolveu parar e ouvir finalmente o que a Natureza queria dizer. O que ele escutou? Uma frase e sucessivas e infinitas lamúrias.
Então o homem compreendeu que evoluiu tarde demais. Teria evoluído no tempo certo se não tivesse trucidado os Maias e os Astecas, pois eles já sabiam ouvir. A dança, que na verdade é baseada na conexão das gerações anteriores com as posteriores, já está prevista para acabar antes de chegar ao terceiro milênio. Essa dança necessita do amor entre suas gerações e de um espaço favorável, suportado pela Natureza. Porém o homem destruiu esse suporte e o fim começou a mostrar-se: a água tornou-se cinza juntamente com o ar, o solo adquiriu marcas imutáveis, as folhas secaram e os seres foram se extinguindo, um a um.
E agora, o que faremos? Pensaram os até então nomeados “Grandes Homens”. Não podemos reconstruir a Natureza do ponto em que esta se encontra. Não podemos fingir que nada aconteceu.
As lamúrias da Terra continuam a soar e a única coisa que o homem pode fazer é arrepender-se do que fez e reconfortar-se ouvindo a frase que sua “Mãe” lhe disse antes de lhe falar suas lamúrias, no intuito de perdoar o ser humano e levar um último fio de alegria em sua vida: “O fim é o começo, se ele começa, ele termina”.
O homem de hoje tenta enganar-se com o pretexto de que tudo tem que ter um fim simplesmente para conter o desespero provocado pela culpa, mas todos sabem que isto não é verdade e a dor não desaparece do horizonte. A dor não desaparece nem da Terra, nem do homem, a inteligente e estúpida criação feita pela Natureza.

Lucas de Figueiredo

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Quatro versos para utopia

Nesse dia em que o medo for embora,

A luz virá de todo segmento,

Ninguém será refém de ano ou hora,

A eternidade será o momento.

Rafael Cardoso

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Tempos sombrios

Um retiro profundo

Um exílio involuntário

Uma dor na alma

-Total ausência da calma

Um pesar, um sacrilégio,

Um ponteiro girando, um mundo de tédio

Uma vida passando, um desejo minguando

Um presente passado, um homem amargurado

Vida-medo-pensamento

Saudade-tristeza-momento

Lá fora a dor é sentida

Vida sem vida

ferida aberta pessoa incerta

confusão do ser ao pensar sobre si,

e nunca uma palavra amiga perpassa-lhe a cabeça.

Antes, porém, que enlouquecesse

Conseguiu transpor a barreira do tempo.

Rafael Cardoso

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Escolha

Por trás da janela eu olhei o Sol,
Porém flor bela alguma achei na rua.
Pulei o muro, passei o farol
E decidi correr atrás da Lua.
Sonhei em vão ao entrar na rua escura:
“Achar, então, algo que tudo mude!”
Hoje só me resta grande amargura
Inda por cima fiz tudo o que pude
Para não errar, escolher o certo
Mas achar a flor – caminho ideal
É uma utopia, coisa vã, irreal:
O que há são grãos de areia no deserto.
O Sol estava bem na minha cara
E segui uma estrada diferente...
Então o dia é escuro, a noite é clara,
Curiosas as escolhas da gente:
A dúvida vem quando a vida é sua,
Nem volto pro Sol, nem corro pra Lua.

Rafael Cardoso