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quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Pai, filha, mãe

São Paulo, 22 de março de 2004

Estou escrevendo para falar um pouco de nossa filha. Ela está crescendo tão depressa e às vezes fico abismada com isso. Ela, que nem sabia andar e cabia na palma de minha mão, hoje está cursando a segunda série do fundamental. Eu espero que ela cresça saudável, do mesmo jeitinho que está crescendo agora. Contudo, não posso dizer que sinto falta daquele pinguinho de gente, que agora já virou uma gota enorme.
E eu fico feliz de ver que ela gosta muito de você, mesmo tendo a oportunidade de te ver apenas por dois dias. Ela me conta sobre as brincadeiras e o carinho com o qual você a trata. Vejo que você a ama, independente do que aconteceu. Isso me deixa muito feliz, mais ainda até que nossa filha. Agora ela está brincando lá no quarto com aquele jogo que foi dado a ela semana passada. Ela está entretida lá há quase uma hora. Às vezes vou lá para vê-la e ela me olha com aquele sorriso de ponta a ponta. Os cabelos balançam com o vento proveniente da janela e ela sente como se estivesse voando. Ela é tão linda...
Então, estava pensando em oferecer um dia da semana para ela ficar com você, afinal ela também te ama muito. Não sei se você tem tempo livre, mas... não gostaria de simplesmente deixar pra lá e nunca lhe propor isso. Já fico com a consciência pesada só de pensar.
O que aconteceu de ruim entre nós está no passado. Nossa filha não tem nada a ver com isso. Gostaria, portanto, que ela tivesse mais tempo com o pai que tanto ama.
Quando puder, me ligue e então conversamos sobre essa história com mais calma. Se quiser uma audiência para deixar tudo escrito no papel. Bom... de qualquer forma, a gente vê isso depois.
Saiba que você é um ótimo pai.

Fique bem.
Gabrielle Oslo.

Lucas de Figueiredo

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