Vi o ponteiro girando cada segundo
Na contagem regressiva à morte
Invisível aos amigos
Chegada a hora
Uma mão também invisível nos cala
Paradoxalmente agora
Pois falo sim (sons mudos): não ecoam
Nem pela parede da minha casa.
Falam eles também?
Não sei não escuto
Apenas fico de luto
Assim estamos
Pois andamos
Caminhos difusos
em sonhos confusos
Espero um dia voltar a pensar
Como triângulos obtusos
Mente aberta, multiangular
Alguns dias sucedem
Tristezas me antecedem
Ponteiros rodam em 360 graus
Voltam ao mesmo lugar
Parto para não mais voltar
E de repente a constatação:
Hora de estar só no mundo
Com uma viola na mão
Lutando segundo a segundo
Ante imponderável solidão
Novamente agonizo profundo
Meu relógio é atirado ao chão
Estarei livre do grande mal?
Os ponteiros marcam o ponto final.
Rafael Cardoso
Interessante como consigo viajar nas tuas visões de mundo,Rafael! Sucesso pra ti!
ResponderExcluirVejo uma fã?? XD
ResponderExcluirEle vai gostar disso!
Beijos