Para quem, como Gregório de Matos
Falou de amor ou poetizou fatos
Cantou a dor como Álvares, Cecília
E abriu-se ao mundo ou trancou-se numa ilha
A homenagem, sinto-me vergonhoso:
Pois se um rio faz com a margem o Castro
A Caetano, poeta e som Veloso
(Nem sequer canto) ergo humilde esse mastro
Se Drummond dedica a Cyro Novaes
A morte do leiteiro, minha voz
cita ao mundo inteiro Eça de Queiroz
Jorge Amado, Camões e muito mais
Quero bem a Bocage e Clarice
A Olavo idem, apesar que me disse
Mário (desculpe) Manuel Bandeira:
“Reduze a fôrmas a forma é besteira”.
Os destes escrevo o nome completo
Algo que até este instante não fiz:
Grande João Cabral de Melo Neto,
Joaquim Maria Machado de Assis.
O grande sertão de Guimarães Rosa
De todo modo respeito sua prosa
(inda não li) mas sei o quanto é boa
- Como versos dos “Fernando Pessoa”
que estão no âmago, o fundo em todos nós
E é lá no profundo que as alegrias
Raras num texto “Rachel de Queiroz”
Vêm na esperança de Gonçalves Dias
Retornar aonde canta o sabiá
Portanto a terra onde me encontro cá.
A quem escreve presto estes tributos
também aos que em silêncio geram frutos
-Pena serem tantos, gente demais
Mas aqui não poderia faltar
Quem fez gente assim sonhar e cantar
com Tom Jobim: Vinicius de Moraes!
Rafael Cardoso
Nenhum comentário:
Postar um comentário