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sábado, 29 de fevereiro de 2020

4 - O Encontro

Naquela manhã gélida de inverno ela acordava com preguiça.
Se espreguiçou e com um leve bocejo se ergueu da cama, o dia amanhecera e com ele suas obrigações começavam.
Se arrumou animadamente, adorava aquele clima que a maioria detestava e com seus coturnos pesados saiu rumo ao grande centro, hoje seria o grande dia, e ela mal podia esperar para ver como estava a decoração, afinal, esperara por aquilo há meses! 
-Bom dia Cordélia!
-Bom dia seu Anastor! 
O senhorzinho abriu um leve sorriso a cumprimentando, o que a fez cumprimentar de volta com um aceno alegre, mas tinha que se apressar, não tinha tempo a perder, já podia sentir o cheiro dos pães e bolos e toda aquela agitação e as coreografias tão magníficas! 
Ahhh mal podia esperar, sua ansiedade a estava deixando louca, apressou seus passos enquanto imaginava tudo com imensa empolgação.
-Grande dia hein, Cordélia? 
Um senhor pançudo de grandes barbas ruivas parava em sua frente, fazendo-a estagnar seus passos repentinamente.
-Ah! Oi, sim, sim, grande dia Filippo, grande dia...
Ela tentava se desvencilhar, mas o mesmo não permitia, impedindo sua passagem.
-Imagino que deva estar ansiosa...?
O homem andava para a mesma direção que ela, provocando enquanto ria.
-Bem... Sim, se espera por esse dia quase o ano todo, não é? Mas então... Se me der licença!
Ela agarrou em seus braços com força, o fazendo parar de se mexer e contornou seu grande corpo, seguindo viagem.
-Até mais tarde! 
Ela o ouviu berrar e apenas acenou de longe, apressada.
Já podia ouvir a folia de longe, sua empolgação era tanta que mal conseguia se conter em si mesma.
E teria também o Gervásio... ahhh seu querido Gervásio, com aqueles grandes olhos castanho esverdeados que ela tanto amava... 
Seus pensamentos a fizeram parar de andar por um instante, fechando os olhos e sentindo a brisa gelada bater em seus cabelos, podia sentir o perfume cítrico dele no ar...
Ah querido Gê, como o amava e como o queria bem.
Por um instante se perdeu em seus pensamentos e tomada deles não percebeu a aproximação.
-Bom dia dona dondoca!
Ela abrira os olhos repentinamente e como mágica ele estava parado ali, na sua frente.
-Gervásio... Oi... Bom dia! 
Ela sentia seu rosto pegar fogo, suas bochechas queimarem.
-Dormiu bem? Espero que sim, porque hoje eu vou fazer você perder na arcada hahaha.
Ele ria e saia em disparada ao centro.
-Até parece, só nos seus sonhos! Vem aqui, seu caradura! 
Ela corria atrás, rindo.

Jessica Curto

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