Casacos brancos, pessoas brancas
Gritos a todo o momento
Dor.
Não consigo me mexer
Não consigo respirar
Gás.
Preso num pesadelo
Sombras a minha volta
Alucinação.
Num mundo escuro
Nada vem à cabeça
Sofrimento, gritos, dor
E no meio disso surge a risada.
Ela vem estridente, bate nos ouvidos
Já não posso olhar para cima,
Não posso olhar para os lados
Muito menos para baixo
Feche os olhos.
E com isso vem o alívio
A mente resplandece
A alma transcende
E de longe você vê um corpo
Mutilado, machucado, maltratado
Vejo o gás, a camisa de força
Vejo a injeção, vejo os culpados
Vejo tudo, Vejo o buraco.
No meio da testa, no meio das ideias
Tento contestar, refutar,
Mas já passou
Flutuo e me dissipo
Morro.
Lucas de Figueiredo
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