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terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

PROCURA DA POESIA


Quem achar, favor deixar
no endereço prescrito:
Rua dos Pensamentos, sem número.
É baixinha, tímida e costuma dar as caras em
dias de frio.
Perdeu-se não faz nem dois meses, estava na Rua dos Pensamentos
mesmo e de repente... puf! sumiu que nem mágica.
Quem souber de algo por favor avise,
que seu dono está mui triste... Ela lhe dizia
coisas belas antes do sono
e consolava as horas tenebrosas.
Cheirava sempre a tinta fresca,
tinha os pés descalços e adorava
correr. Odiava tomar banho.
Seu dono a procura desesperadamente,
Pois sem ela só fala o óbvio,
e o óbvio é triste, sobretudo
porque palavras é tudo o que tem.
Se elas não dançam, não brincam
e não saem do lugar,
tudo lhe parece mórbido
e sedentário.

Quem achar, favor deixar
na Rua dos Pensamentos, sem número.
Boa recompensa.

Rafael Cardoso

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