Giro sem parar
De tanto pensar
Na dor, na ferida
De inda estar perdido
Todo dia lido
Com o meu pesar.
Mas se eu me entregar,
Deixando ao sabor
Do tempo a mudança,
Onde vou parar?
Se num corredor
(Dança, vida, dança)
Lançar eu a sorte
Qual porta abrirá,
Da vida ou da morte?
O destino trança,
Se bem entender
Uma nova esperança
Dentro do meu ser
Ou, inda, balança
De novo o viver.
Mas com tanta porta,
Em qual devo entrar?
Tivesse eu uma horta,
Qual planta regar?
Devo estar atento
Ao sabor do vento
Quando ele passar,
Pois a vida é fuga
De qualquer lugar
Sair, na madruga
E mudar o estar
É a eterna permuta
Entre ver e olhar.
Dança, vida, dança
Que nessa andança
Eu vivo a sonhar.
Dança, vida, dança
Enquanto não cansa
Eu busco te achar.
Busco o teu sentido,
(E já o tinha tido)
Mas ando perdido
Buscando ferido
No tempo já ido
O que foi vivido:
- O sentido ido,
Ido, ido, ido...
Dança, vida, dança
Tenho a esperança
De olhar teu olhar
E ouvir a voz mansa
Que vai me ensinar
A sonhar, a ser
A estar, a cantar
A amar e viver.
Rafael Cardoso
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