Ora, subir escadas é loucura!
Cansa-se o pé e o homem sem chegar
Onde se quer. Direis: “vamos parar?”
Ou então: “sobe ou desce? E o que procura?”.
Num mundo incerto de escadas rolantes
Passa a vida o homem sem norte e meta
Com sorte ele acha a certa, e a concreta
À morte o leva por tolos instantes...
Se erguer, ficar em pé e andar com jeito:
Se a escada é frágil, como ter fé
Em vencer, se é o acaso uma constante?
Os que escutam certezas em seu peito
(Cada um crê no que lhe é direito)
Sobem escadas de um modo brilhante.
* Inspirado no soneto “Ouvir estrelas”, de Olavo Bilac.
Rafael Cardoso
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