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segunda-feira, 9 de março de 2015

Nada será como antes

Os sonhos cessaram de me perturbar a noite. Deve ser um bom sinal. Você pediu tanto a minha paz e a sua. Agora ambas foram atendidas. Os dias de insônia já não pertencem a esta mulher. Afinal, quando você me conheceu, ainda menina, eu apenas sonhava.

Ainda me pergunto se você se arrependeu das últimas palavras ditas em uma noite de sexta-feira quando os comércios estavam abertos e era possível falar um pouco mais alto, sem problema de acordar algum vizinho.

Pensei que seria mais difícil suportar a solidão. Mas escrevo poemas para libertar o amor que insiste em morar em mim. Abandonei a culpa de ter te perdido.

Será essa dor ter se transformado em inspiração?

A angústia e o desespero fazem parte do passado. Hoje consigo ler um livro e entender as frases que desencadeiam toda uma história. Consigo lembrar-me de um passado sem a vontade de correr atrás dos momentos que um dia me fizeram feliz.

Paz. Acredito que essa seja a palavra que melhor defina meu estado de espírito. Já não tento mais decifrar meus erros como enigmas. Prefiro pensar que estava errada em pensar que fosse dona do meu destino.

A vida irá passar. Já não posso mais perder os segundos. A cada amanhecer, arrancam-me um dia.

É tantos quereres! Pego-me diante de planos comigo e eu mesma, sem pensar em mais ninguém.

O gosto do beijo jamais será igual. Nada será como antes. Um suspiro deixou de ser um último ato, após a nostalgia tomar conta de mim, ele passou a ser simplesmente uma sensação de fadiga.

Mas mesmo que meus pés estejam cansados, eu correrei a um novo amor. Será por fazer. Porque tem que ser feito. Dito. Sentido e mais que isso, amado.

Vanessa Silva

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