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domingo, 8 de março de 2015

Finado amor, eu te amo

Hoje recebi uma carta, do qual um assunto foi nomeado de fim. Pois é, esse era seu título. Como uma palavra com apenas três letras pode traçar o destino de duas pessoas?

Sim, eu sei. A palavra é pequena. Mas já parou para perceber que as menores partículas da terra movimentam o mundo? Tudo bem, eu também não havia pensado. Sem julgamentos. Sem estudos científicos ou algo do tipo. Apenas sobre a vida. O que já é por si só, bem confusa...

Aquela carta tinha um significado. Cada palavra escrita representava um sentimento. Uma escolha. Uma decisão a ser seguida. Apesar de pequena ela disse tudo. Já não precisava mais abri-la. Tudo estava dito em apenas três letras.

Amanhã ou semana que vem pode ser que esse fim não exista. Mas até lá, terei que conviver com a dor que não dói mais.

Desde criança, sempre pensei que nós faríamos o que quisermos com a nossa vida. Traçávamos uma meta e no fim do prazo, o pote de ouro estava lá. Pensava que ser apenas uma boa menina já bastava.

Os momentos não são assim. Eu não podia estar te contando isso. Na sua idade, eu ainda sonhava sonhos! Os pesadelos pouco me pertenciam. Seria melancólico e injusto pensar que não vale a pena o sofrimento. Quando bem digerido se torna algo bom. Faz bem gostar de mim, de você, dele e daquela outra pessoa ali também.

O amor está presente na comida que você tanto gosta de preparar. O amor está no seu travesseiro, após um dia cansativo. Ele te acompanha todo dia. Até uma saudação cordial para um mendigo é um sinal desse sentimento. Do qual, o ser humano não vive sem.

O fim está presente também. Para nos lembrarmos de que o amor é importante. Que a vida não é infinita. Que morremos todos os dias, em cada segundo que se passa.

A vida nada mais é que morrer a cada dia com a certeza de queremos mais um dia para prolongar o momento do fim.

Vanessa Silva

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