Páginas

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Tempo...


Resolvi esvaziar a gaveta. Sabe, tinha muita coisa velha e já não estavam cabendo coisas novas, então eu decidi que tinha de esvaziá-la e ver o que deveria e o que não deveria ir para o lixo.
Você não tem ideia do quanto de coisas que joguei fora, a lata de lixo transbordou de paixões do passado e recados que não tinham mais valor algum.
Desenhos e histórias que tinham sido tão importantes e que agora não passavam de um nada, coisas que nem me recordava mais da existência.
Se eu te falar que olhar para aquilo tudo só me fez perceber o quanto já fui imatura e boba, você provavelmente não vai acreditar.
E então eu cheguei nele... E nossa, parece que foi ontem mesmo que nos conhecemos.
Eu não tive coragem de jogar aquelas lembranças fora, por mais que devesse... Nós ainda estamos ligados por um fino fio de nylon, quase imperceptível, quase... inexistente. Diria que estamos em uma crise dessas de relacionamentos, de repente tudo mudou, alguém do outro lado do mundo voltou no tempo, pisou em um inseto e fez todo o curso dos eventos humanos mudar.
É um perigo, essas histórias de viagem no tempo. Você pode tropeçar e estragar todo um plano, toda uma vida, sabia?
E de repente a garotinha não mais nascerá, o homem não mais conhecerá o amor da sua vida e o romance, enfim... Só será mais um filme da sessão da tarde.
Mas não tive coragem... É como se ainda houvesse esperança, bem lá no fundo, escondida em algum lugar.
E então eu me dei conta de quantas coisas acontecem em nossas vidas e do quanto não nos damos conta, só vamos vivendo, vivendo e quando menos percebemos, estamos velhos e a vida ficou para trás.
Sabe, pensando nisso e no quanto de gente que conheci e que hoje se tornaram completos estranhos, cheguei à conclusão de que não quero perdê-lo, não quero daqui um ou talvez dez anos, olhar para trás e simplesmente não o reconhecer mais, não quero não saber o que se passa na vida dele e as novidades que estão ocorrendo dia a dia... Não quero que ele se torne mais um estranho como todos os outros e não quero porque eu o amo.
Essa é a realidade, eu o amo e ponto!
Amo e sei que é amor porque com os outros não foi com tanta intensidade e nem durou tanto tempo, amo porque ele é exatamente o que eu estava procurando, mesmo recheado de defeitos ele é exatamente o que eu queria, e o que ele me oferece é tão grandioso que encobre todos os males ali existentes.
Talvez só precisemos de um tempo... Mas é deste tempo de que tenho tanto medo, que tempo é esse capaz de estragar uma vida? Capaz de mandar no meu amor?

Jéssica Curto

Nenhum comentário:

Postar um comentário