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terça-feira, 3 de janeiro de 2012

A DANÇA DA VIDA

Na roda da vida

Giro sem parar

De tanto pensar

Na dor, na ferida

De inda estar perdido

Todo dia lido

Com o meu pesar.

Mas se eu me entregar,

Deixando ao sabor

Do tempo a mudança,

Onde vou parar?

Se num corredor

(Dança, vida, dança)

Lançar eu a sorte

Qual porta abrirá,

Da vida ou da morte?

O destino trança,

Se bem entender

Uma nova esperança

Dentro do meu ser

Ou, inda, balança

De novo o viver.

Mas com tanta porta,

Em qual devo entrar?

Tivesse eu uma horta,

Qual planta regar?

Devo estar atento

Ao sabor do vento

Quando ele passar,

Pois a vida é fuga

De qualquer lugar

Sair, na madruga

E mudar o estar

É a eterna permuta

Entre ver e olhar.

Dança, vida, dança

Que nessa andança

Eu vivo a sonhar.

Dança, vida, dança

Enquanto não cansa

Eu busco te achar.

Busco o teu sentido,

(E já o tinha tido)

Mas ando perdido

Buscando ferido

No tempo já ido

O que foi vivido:

- O sentido ido,

Ido, ido, ido...

Dança, vida, dança

Tenho a esperança

De olhar teu olhar

E ouvir a voz mansa

Que vai me ensinar

A sonhar, a ser

A estar, a cantar

A amar e viver.

Rafael Cardoso

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