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segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Vamos Dançar?

O céu fica límpido, depois de uma longa tempestade. As nebulosas já se foram e a dor também. A luz proveniente do sol pode até ser boa, mas irrita meus olhos, que continuam insistentes em querer admirar a paisagem. Meu irmão, o vento, bate as minhas costas e me acalma acariciando-me os cabelos. Não sei se rio ou se choro. Só sei que a sensação é de todo estranha. Inovadora.
A vista daqui de cima é magnífica. As árvores balançam seus galhos e folhas e o mar esbraveja e bate com força nas pedras da chapada que continua a ser esculpida para que todo dia tenha uma beleza diferente e exclusiva. E assim o dia prossegue. A noite ainda é mais bonita, pois esta possui o tempero estelar. É claro que o Sol também é uma estrela, mas a ignorância e o deleite do astro-rei de apagar todas as outras são tão grandes que sua beleza diminui e o mesmo só fica bonito nos momentos em que está sumindo ou aparecendo. Nascendo ou morrendo, justamente os dois limites da vida.
E é nesse dia que minha doença vira pó. Eu esqueço completamente que não terei jeito, não terei cura. Essa doença ainda vai acabar com meu Romantismo alucinado, mas não vai chegar a abalar meu Futurismo exorbitante, pois o mesmo simpatiza com a morte, minha futura consequência. O Niilismo, sendo este o pai de todas as minhas convicções, também nunca será abalado, pois o mesmo se encontra totalmente enraizado em meu ser. Minhas ideias desaparecerão comigo, mas estou feliz com isso, pois tudo que é meu tem que voltar a mim.
Depois que sair dessa chapada, sei que inalarei o pó doente e este continuará a circular pelo meu corpo, mas eu estou feliz. Eu estou fazendo o que quero, sentindo a satisfação de pertinho. Desejo de me suicidar? De jeito nenhum! Quero viver como manda minha mente e meu corpo. Obedeço aos dois, pois ambos me formam de maneira equalizada. E assim continuo... Próxima parada? Aquela prainha de areias negras que está quase sumindo no horizonte.
Tenho certeza que chegará uma hora em que meu único destino será o caixão, mas acredito que até lá eu já esteja satisfeito comigo mesmo. Espero que não sintam saudade de mim, pois não poderei retribuir o sentimento quando minha hora chegar. Eu quero que aprendam a viver do jeito que estou vivendo agora, pois só assim eles morrerão depois de mim. Só há vida onde há desejo de felicidade e poder, pois sem isto a morte é uma ótima companheira e uma excelente sugestão.
Muitos me acham um maluco doente. Eu olho para estas pessoas com pena e repito as palavras que saíram primeiramente das bocas de um sábio: “E aqueles que foram vistos dançando foram julgados insanos por aqueles que não podiam escutar a música”.
Então, já que estamos aqui, porque não dançamos juntos?

Lucas de Figueiredo

2 comentários:

  1. Cara! Pefeito! esse texto ficou otimo, muito Legal cara, q foda, parabens ae!



    Alex

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  2. Já vi que você adora nossos autores né? rsrs
    Obrigada!!
    Beijos

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