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segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

O cartão

Você sabe que sempre quis “o oito ou oitenta”. Eu sempre quis o extremo, o intenso. Nunca o meio termo, o meio do caminho. Se não for até o fim, paremos no começo.
Mas diante da magnitude de meu sentimento, este me obriga a agir de maneira inusitada. Eu não quero provocar incêndios ou tempestades. Eu não quero viver nos pólos de um imã. Pela primeira vez me vejo querendo o zero, o neutro. É nisso minha cabeça gira e para, sempre no meio do caminho. Eu não entendo, mas acho que um dia poderei entender.
Por este motivo estou lhe mandando este cartão, pois não sei se deveria me declarar ou deixar para depois. Eu gostaria de vê-lo e também não gostaria.
E é diante dessas dúvidas que te convido. Encontre-me na praça ao meio dia ou a meia noite. Não planejo lhe dar um beijo na testa ou um beijo ardente, mas sim apenas um selinho. Um meio termo dentre os termos. Nem branco nem preto. Simplesmente cinza.

De: Sem Remetente
Para: Você sabe quem

Lucas de Figueiredo

2 comentários:

  1. Bem pensado, ou vc escolhe oq quer ou oq nom quer, fato, e ficou um otimo texto, eu curti pra carai
    Parabens cara, sucesso ae


    Alex

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  2. O Luh vai ficar muito feliz com esse comentário, serio!
    Obrigada, beijos!

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