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terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Janeiro

Saudade... O tempo em que via vocês!...
A época em que dois e dois não eram três!

É-me inútil acordar cedo.
Junto do Sol vem o medo
De outro dia indefinido
Que nem os outros têm sido.

Reflito assim, zonzo e sério
Ao mergulhar no mistério
Das férias intermináveis:
Resistir? São inviáveis

As esperanças que tenho.
Resistir por que, se falta
Garra pra por num desenho
A mais nota alta da flauta?

Vês? Na música, um fiasco
Minha voz é madrugada
Na escrita, de novo, nada
(Até este poema dando asco!)

A chuva diária não varre
Filosofia de giz
É aí que me dizes: “Arre,
Que queres pra ser feliz?

Se tens tu pena de mim,
Dá-me algo para fazer
Trabalho, estudo, lazer
Não me venha com din-din

Que o problema é psicológico,
Antes que eu vá pro zoológico
Ver do alto com a girafa,
Dizerem: ''isso é ilógico,
Você está maluco, Rafa!''

Rafael Cardoso

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