domingo, 25 de dezembro de 2011
Feliz Natal!
Mais um ano cheio de metas, dificuldades e também, alegrias e realizações.
Mais um ano repleto de novidades boas e ruins.
A vida passa rápido, e em um piscar de olhos nos transformamos sem perceber.
Muitas vezes perdemos preciosidades da vida e só nos damos conta quando não há mais o retorno, por isso acho importante lembrar o quanto meus amigos são especiais e transformam cada momento da minha vida, em algo exclusivo que sem dúvida vai ficar guardado no coração para sempre.
Seja através de um sorriso sincero, um abraço gostoso, um olhar gentil, ou até mesmo um ouvido para nos entender.
A vida nem sempre é fácil e cheia de alegria, mas com o companheirismo as dificuldades parecem diminuir e aos poucos se extinguem.
Espero, do fundo do coração, que esta noite de Natal não seja apenas uma noite bonita, cheia de presentes e coisas gostosas para se comer, mas que traga consigo muita harmonia, paz, prosperidade e felicidade SEMPRE, para todos vocês!
Meus amigos, meus leitores, meus fãs e meus amores, saibam que eu não seria absolutamente nada sem cada um de vocês, pois foi a junção de todos que transformou esta pessoa que aqui escreve no que é hoje.
Um beijo há todos e Feliz Natal!
Jéssica Helena
terça-feira, 13 de dezembro de 2011
Destruição com o amadurecimento errôneo
Inocentes e sinceros é uma verdadeira pena que, com o passar dos anos, eles se deixem corromper e perdem essa essência tão bonita e delicada. Muitas vezes tornam-se insensíveis, pessimistas e mentirosos antes mesmo de chegarem à fase adulta.
Quando isso acontece, pode-se notar um amadurecimento precoce, um ar zombeteiro que muitos chamam de “esperteza”. É triste quando olhamos aquela criança ingênua tornar-se aquele malandro da esquina.
Sem objetivo e sem futuro, essas crianças crescem sem razão e ficam no caminho, como se fossem pedras inúteis e indesejáveis, que apenas fazem outras pessoas tropeçarem e caírem, estateladas, no chão em que essas rochas cresceram.
J.H.C & Lucas de Figueiredo
segunda-feira, 12 de dezembro de 2011
Viver
domingo, 11 de dezembro de 2011
Murphy
Pois isto é uma grande verdade, no entanto ninguém nunca pensou em enganá-la.
O processo é simples, se muito se quer alguma coisa, muito se pensa sobre ela e pouco se obtém no tempo desejado, por justamente desejar, a lei de Murphy se aplica e impede a concretização do feito.
Eis a solução: Não pense!
Exatamente, não pense sobre o que se quer, e é um processo bem simples, afinal, têm-se milhões de pensamentos por dia, se foque em um que não seja desejado, e notará que o que você tanto queria e já nem pensa sobre, se realizará mais rápido do que o imaginado, logo, sua intenção foi concretizada.
Vemos muito isso quando muito procuramos um objeto e apenas o achamos quando não precisamos mais dele.
Aplicando, por tanto o inverso do pretendido, obteremos real sucesso em nossas ações.
J.H.C
sábado, 10 de dezembro de 2011
Pureza corrompida, uma perda irremediável!
J.H.C
sexta-feira, 9 de dezembro de 2011
Sorriso infantil
quinta-feira, 8 de dezembro de 2011
O retorno
Colocaram em minha cabeça e em meu coração a esperança da vida novamente.
Pensei que tudo estava perdido, mas parece que tive uma chance a mais de vê-lo, de me sentir viva novamente.
Sei que não é eterno e que uma hora terei de dizer adeus, mas aproveitarei o máximo possível.
Sei que o Fim não está longe e já sorri com seus lábios sarcásticos, mas o ignorarei ao máximo, não deixarei nada estragar esse momento único, essa oportunidade inestimável.
A vida finalmente voltará a ter significado.
Maria Amélia
quarta-feira, 7 de dezembro de 2011
Fim
Sinto-me cansada, a exaustão me tomou como há muito não sentia.
Ele saiu pela porta e foi como um pedaço de mim indo embora, um pedaço que não pude me despedir, não tive nem o direito de escolher o meu estado físico.
Foi-me tirado tudo, saúde, amor, vida.
Vida sem ele não é vida, é apenas uma sequência existencial sem razão, sem nexo, sem nada.
Maria Amélia
terça-feira, 6 de dezembro de 2011
Amor sofredor
Não sou merecedora de tal felicidade?
Não sou digna de tal maravilha?
O mal me atingiu quando me apaixonei por este homem, um mal que me corrói e me destrói.
Mal este que não tem fim, porque ele, Senhor, é casado.
A felicidade que sinto quando o vejo sorrir é, se não de igual valia, semelhante a tristeza que me deprime ao lembrar das dificuldades.
Desculpe se sou indecente e incoerente, este sentimento que aqui bate não tem controle, mas fico feliz de senti-lo e guardarei por toda minha vida embelezado, repleto de perfeição, como aquele que este lhe pertence.
Se um dia me culparem de falta de amor, direi que não, amei sim, só não fui correspondida.
Maria Amélia
segunda-feira, 5 de dezembro de 2011
Amor louco amor
Maria Amélia
domingo, 4 de dezembro de 2011
Único!
Seria a análise física? Mental? Espiritual?
Ele possuía todas as análises possíveis de perfeição, era o próprio em pessoa, carne, mente, espírito.
Os divinos olhos do escuro negro da noite, contrastando com sua alva pele.
O sorriso carismático e o perfume enlouquecedor.
Um aroma cítrico e único, misturado com seu cheiro natural.
De uma mente analítica, crítica, vasta de conhecimento, mostrando seus ideais tão sublimes.
Possui dentro de seu ser uma alma tão bela e pura, única presente neste grande mundo catastrófico.
Explicar como meu coração palpita com sua aproximação é como sentir uma adrenalina apaziguadora que faz o sangue correr rápido com total liberdade, fazendo as veias me deixarem vermelha e a respiração faltar.
Seu olhar, seus lábios, sua voz, seus movimentos contidos em uma perfeição única e desigual.
Foi amor à primeira vista, logo eu Deus, que não achava ser possível tal fato, me apaixonei, mas não foi qualquer paixão, foi pela perfeição.
Ele, para meus olhos é único.
Maria Amélia
sábado, 3 de dezembro de 2011
Coisas da vida!
que mexe,
que torna tudo incontrolável e sem sentido.
Existem coisas que simplesmente são como são
e por serem de tal forma,
se tornam perfeitas e únicas!
J.H.C
quinta-feira, 17 de novembro de 2011
Por um mundo melhor!
J.H.C
domingo, 6 de novembro de 2011
Fórmula da escrita
“A diferença entre um escritor e as demais pessoas é que seu sangue é feito de hemácias que, além de transportarem oxigênio e gás carbônico, capturam ideias, sentimentos e os transformam em palavras. Em seguida, essas palavras são jogadas no papel e o produto desta ação é sempre um novo texto”.
Reação Simplificada de Respiração e Produção Textual de um Escritor
C6H12O6 + 6O2 + Ideia + Emoções → 6CO2 + 12H2O + Energia + Palavras + Papel + Organização → Texto Bem-Escrito
Lucas de Figueiredo
sábado, 5 de novembro de 2011
O Inteligente e Estúpido
Seria uma espécie de dança eterna que entrelaça as primeiras relações com as últimas. Assim como uma semente é deixada para trás por uma árvore que morre, ou um zigoto que nasce de uma fecundação amorosa e depois sofre a tristeza de perder seus pais, ou ainda como um novo formigueiro que nasce alguns metros após de outro, que já perdeu sua rainha. “O fim é o começo, se ele começa, ele termina”, foi o que Edward D. Morrison não parou de repetir na convenção internacional de ontem. Não há espíritos, não há céu, não há inferno, pois esses três foram criações humanas. A vida é somente uma dança que envolve todos os seres e os proporciona toda uma cadeia de sensações.
Contudo, a música modificou seu refrão em um único ponto. E foi o ponto em que a Natureza resolveu arriscar uma inovação. Ela sabia que esta poderia ser maléfica e destrutiva, mas já estava cansada das cadeias evolutivas que tinha criado. Ela não queria criar novos bicos de pássaros, novas pelagens ou mudar o tamanho dos seres. Ela queria algo que pudesse sentir e criar como ela. Ela queria ser dominada, conquistada, amada por um ser que pudesse parecer-lhe superior. A música mudou quando a Natureza criou o homem.
Ela pegou uma linha evolutiva que lhe agradasse e modificou a estrutura do planeta e em alguns milhões de anos, o homem apresentava o que poderia ou não ser seu auge. A própria Natureza acreditava que o apogeu não seria o homo sapiens, pois ela percebia que ele sabia pensar, mas ainda era incapaz de sentir o que sua criadora sentia. Ela prosseguiu com sua nova invenção, mudando ligeiramente o planeta, separando os continentes cada vez mais, em busca de fazer o homem evoluir. Mas o que ela não tinha percebido é que, sem querer, ela deixou a semente da mudança florescer no homem. Os humanos progrediam bem até o começo do século XV da contagem anual que eles mesmos tinham criado. Porém, após esse tempo, eles começaram a modificar os planos de sua “Mãe” radicalmente, assim como uma criança que começa a bisbilhotar os projetos de seu pai e desordena todo o progresso conquistado. E foi assim que o mundo seguiu, aumentando sua nova contagem do tempo e que agora se encontra em 2473 anos de existência. A dança, que não tinha fim, começa a baixar seu volume diante das ações feitas pelos seres pensantes que a própria Natureza criou. O começo aos poucos encontra seu fim, no mesmo ponto de partida.
E foi no ano de 2468 que o homem descobriu o que sua “Mãe” queria. Em 2468 o ser humano resolveu parar e ouvir finalmente o que a Natureza queria dizer. O que ele escutou? Uma frase e sucessivas e infinitas lamúrias.
Então o homem compreendeu que evoluiu tarde demais. Teria evoluído no tempo certo se não tivesse trucidado os Maias e os Astecas, pois eles já sabiam ouvir. A dança, que na verdade é baseada na conexão das gerações anteriores com as posteriores, já está prevista para acabar antes de chegar ao terceiro milênio. Essa dança necessita do amor entre suas gerações e de um espaço favorável, suportado pela Natureza. Porém o homem destruiu esse suporte e o fim começou a mostrar-se: a água tornou-se cinza juntamente com o ar, o solo adquiriu marcas imutáveis, as folhas secaram e os seres foram se extinguindo, um a um.
E agora, o que faremos? Pensaram os até então nomeados “Grandes Homens”. Não podemos reconstruir a Natureza do ponto em que esta se encontra. Não podemos fingir que nada aconteceu.
As lamúrias da Terra continuam a soar e a única coisa que o homem pode fazer é arrepender-se do que fez e reconfortar-se ouvindo a frase que sua “Mãe” lhe disse antes de lhe falar suas lamúrias, no intuito de perdoar o ser humano e levar um último fio de alegria em sua vida: “O fim é o começo, se ele começa, ele termina”.
O homem de hoje tenta enganar-se com o pretexto de que tudo tem que ter um fim simplesmente para conter o desespero provocado pela culpa, mas todos sabem que isto não é verdade e a dor não desaparece do horizonte. A dor não desaparece nem da Terra, nem do homem, a inteligente e estúpida criação feita pela Natureza.
Lucas de Figueiredo
sexta-feira, 4 de novembro de 2011
Quatro versos para utopia
A luz virá de todo segmento,
Ninguém será refém de ano ou hora,
A eternidade será o momento.
Rafael Cardoso
quinta-feira, 3 de novembro de 2011
Tempos sombrios
Um exílio involuntário
Uma dor na alma
-Total ausência da calma
Um pesar, um sacrilégio,
Um ponteiro girando, um mundo de tédio
Uma vida passando, um desejo minguando
Um presente passado, um homem amargurado
Vida-medo-pensamento
Saudade-tristeza-momento
Lá fora a dor é sentida
Vida sem vida
ferida aberta pessoa incerta
confusão do ser ao pensar sobre si,
e nunca uma palavra amiga perpassa-lhe a cabeça.
Antes, porém, que enlouquecesse
Conseguiu transpor a barreira do tempo.
Rafael Cardoso
quarta-feira, 2 de novembro de 2011
Escolha
Porém flor bela alguma achei na rua.
Pulei o muro, passei o farol
E decidi correr atrás da Lua.
Sonhei em vão ao entrar na rua escura:
“Achar, então, algo que tudo mude!”
Hoje só me resta grande amargura
Inda por cima fiz tudo o que pude
Para não errar, escolher o certo
Mas achar a flor – caminho ideal
É uma utopia, coisa vã, irreal:
O que há são grãos de areia no deserto.
O Sol estava bem na minha cara
E segui uma estrada diferente...
Então o dia é escuro, a noite é clara,
Curiosas as escolhas da gente:
A dúvida vem quando a vida é sua,
Nem volto pro Sol, nem corro pra Lua.
Rafael Cardoso
sábado, 29 de outubro de 2011
Casa
Coitado daquele que não se sente em casa em sua própria casa.
Não há nada melhor do que chegar onde se mora e sentir que não existe lugar mais gostoso no mundo.
A liberdade de expressão, de atitudes, liberdade essa que existe inclusive nas roupas.
Sentir-se em casa é se não o melhor sentimento do mundo, o mais próximo disso.
Tenho uma real pena daqueles que só imaginam como é a possibilidade de sentir-se assim e nunca conseguir tal fato, pois sem dúvida está perdendo a coisa mais preciosa da vida.
Lar doce lar deve fazer jus a frase, não sei se sou felizarda, mas para mim esse sentimento é incrível.
Quando este falha significa que algo está errado e deve ser analisado imediatamente!
J.H.C
sexta-feira, 28 de outubro de 2011
O andar de uma pomba
O básico é andar e comer.
Ela anda um pouco, a pequenos passos, bica algo, engole e volta a andar mais um pouco.
Bica, engole, bica, anda.
Bica, engole, bica, engole, anda.
Se assusta com fortes passadas humanas, alça vôo e volta a andar, a procura de qualquer coisa que sirva de alimento.
Parece trabalhoso e até cansativo para quem vê de fora, mas o que vale é que no término do dia, ela está de barriga cheia, em seu aconchegante ninho.
As vezes a vida parece dura, mas o resultado torna todo o trabalho gratificante.
J.H.C
quinta-feira, 27 de outubro de 2011
Humanamente Animalesco
J.H.C
quarta-feira, 26 de outubro de 2011
terça-feira, 25 de outubro de 2011
Para ser feliz
É preciso diminuir o medo de tudo e todos;
É preciso livrar-se dos pensamentos negativos;
É preciso deixar de se abalar com qualquer coisa
É preciso lembrar-se do quanto se é amado
É preciso a consciência de ser um operário em construção,
É preciso a santa paciência dos monges beneditinos;
É preciso conservar intacta a memória dos amigos;
É preciso, portanto, crer na vida
Ainda que se pense o contrário.
Rafael Cardoso
segunda-feira, 24 de outubro de 2011
A Vossa Imagem Ainda Vive
Conjuro cansado a imaginária presença dos amigos.
Assim subo no ônibus sem chorar a ausência
De nossas conversas
Assim ando pela cidade
Conhecendo os museus
- Sem amigos pra chamar de meus!
Assim pego o violão
Sem morrer musicalmente
Na sinfonia da solidão
- Esta sim, a única inseparável companheira!,
Presente sem que eu me esforce.
Mas as lembranças de vós ocultam esse banco vazio
Esse espaço em que escrevo, a preencher com lágrimas
Esse mar de resignação
Ante às novas circunstâncias.
Rafael Cardoso
domingo, 23 de outubro de 2011
Tempo X Homem
Lucas de Figueiredo
sábado, 22 de outubro de 2011
Homem controlador
Lucas de Figueiredo
sexta-feira, 21 de outubro de 2011
Criação do universo
Lucas de Figueiredo
quinta-feira, 20 de outubro de 2011
Tempo
Lucas de Figueiredo
quarta-feira, 19 de outubro de 2011
Inspiração
Lucas de Figueiredo
terça-feira, 18 de outubro de 2011
Mente humana
Lucas de Figueiredo
segunda-feira, 17 de outubro de 2011
Morrer
Lucas de Figueiredo
domingo, 16 de outubro de 2011
Talento para construir orações, processo complicado
Lucas de Figueiredo
sábado, 15 de outubro de 2011
Religião
Lucas de Figueiredo
sexta-feira, 14 de outubro de 2011
Ideias
Lucas de Figueiredo
quinta-feira, 13 de outubro de 2011
Destino
Lucas de Figueiredo
quarta-feira, 12 de outubro de 2011
terça-feira, 11 de outubro de 2011
Matemática X Escrever
J.H.C
segunda-feira, 10 de outubro de 2011
Amar
Talvez ai esteja meu grande erro, me entreguei profundamente aqueles que não mereciam e não restou nada para os verdadeiros merecedores.
J.H.C
domingo, 9 de outubro de 2011
Um dia de cada vez
Esqueça as crueldades, esqueça as brigas, esqueça as diferenças.
Apenas ame, ame com todo o seu coração, com toda a sua vontade, e lá na frente, quando tudo isso for apenas uma lembrança, você terá a plena certeza de que aproveitou o máximo que pode!!!
J.H.C
sábado, 8 de outubro de 2011
Pessoas que passam por nossas vidas
J.H.C
sexta-feira, 7 de outubro de 2011
O hoje é o ontem de amanhã
J.H.C
quinta-feira, 6 de outubro de 2011
quarta-feira, 5 de outubro de 2011
terça-feira, 4 de outubro de 2011
Fazer acontecer
Quem tem dinheiro faz o que quer.
Quem não tem, não faz.
E aqueles que não têm e desejam fazê-lo, que façam por onde para fazerem.
J.H.C
segunda-feira, 3 de outubro de 2011
A arte de escrever
J.H.C
domingo, 2 de outubro de 2011
A Idade
J.H.C
sábado, 1 de outubro de 2011
Riscos pelo amor
As mãos acariciaram de leve a face dele, e a encarava, sentia o toque da pele dele, mas passava apenas a ponta dos dedos, delicadamente, não queria que aquele momento acabasse nunca.
As sobrancelhas del...e completamente vincadas, os olhos era o que ele tinha de mais expressivo, era por ele que ela mais conversava com ele.
As mãos gélidas encostando nas bochechas calorosas dele, o coração estava aos pulos dentro do peito, a vontade era de abraçá-lo e beijar aqueles lábios que tanto desejava já há tempos.
Temia pelo que tinham, sabia que estava correndo o risco de perder tudo aquilo que tinha conquistado com tanto sacrifício, a confiança dele.
Ela preferia se manter como estava, amiga era um bom termo, existia confiança, existia cumplicidade, e de certa forma, até amor, apenas não existia aquilo que ela mais ansiava, um beijo, não qualquer beijo, mas aquele de lhe tirar o fôlego, aquele que se apodera de seu ser e te leva para as nuvens.
Ela preferia abrir mão a perdê-lo para sempre, mas a dor no peito do ciúmes que tinha quando o via sorrindo para outras, a vontade de correr para os braços dele toda vez que o via se aproximar, era torturante.
As mãos se abaixaram, ficando junto ao corpo, os olhos mirando o chão, a garganta seca.
-Eu viverei sozinha minha vida toda, e está bom assim...
As palavras saiam aos sussurros, quase inaudíveis, ele mal piscava, tentando desvendar o que se passava ali, sabia que era mais do que poderia imaginar.
-Pessoas são complicadas... Você faz bem, também não pretendo me prender há nada nem há ninguém.
As palavras dele batiam forte em sua cabeça, ele queria estar só, ela não serviria.
Os olhos lacrimejando, ela bufou e se recompôs antes de voltar a olhar para ele, para os olhos dele, olhos negros, brilhantes, profundos e únicos, com sobrancelhas firmes.
-Não, as pessoas não são complicadas... Eu vou viver sozinha porque jamais serei completa com alguém, pois aquele que me completa não me quer.
Claramente seu rosto demonstrava sua confusão, enquanto ela continuava, agora olhando firme nos olhos dele, a pele cada vez mais gelada.
-Eu vou viver sozinha minha vida inteira, porque eu amo você! Se você não me ama, então não quero mais ninguém, porque ninguém me fará tão feliz quanto você me faz!
Ela suspirou, finalmente tinha liberto o que tanto desejava, provavelmente acabara de perder tudo o que conquistou, mas valera à pena, pelo menos ele sabia agora os seus reais sentimentos.
Ela abaixou a cabeça, totalmente envergonhada, mas ele continuava a encará-la, agora mais sério, sua mão foi no queixo dela, erguendo-o lentamente, obrigando-a a encará-lo.
Aproximou seu rosto do dela, e suavemente encostou seus lábios nos dela, que sentiu seu coração como se estivesse tendo um ensaio de escola de samba.
Os braços dele entrelaçaram a cintura dela, trazendo seu corpo mais para junto de si.
Aquele momento único e perfeito foi o primeiro de muitos, muitos que vieram e que fizeram daquele casal, o mais feliz do mundo.
J.H.C
sexta-feira, 30 de setembro de 2011
Humanamente Humano
J.H.C
quinta-feira, 29 de setembro de 2011
Asas para voar
J.H.C
quarta-feira, 28 de setembro de 2011
Novos tempos
Vagões lotados...
Ruas escuras...
E o mundo de informações que cria projetos
Em minha cuca, os quais jamais serão
Concretizados.
De igual, apenas a inconstância de emoções.
No meio do caminho choro, sinto-me perdido.
Na volta pra casa, estou prontíssimo para o novo dia.
É todo dia a mesma coisa,
A não ser no fim de semana.
Daí porque, agora, valorizo-o tanto.
Na determinação, o querer faz do querer
Sua fonte de motivos que saciam
A sede de esperança.
Rafael Cardoso
terça-feira, 27 de setembro de 2011
Vida
Algo mudara naquela noite, tudo estava parecendo mais simples, como um reluzir de luz em toda aquela escuridão e meus olhos voltaram a enxergar o que parecia nunca mais ficar claro para mim, como uma música a ser tocada calmamente pela milésima vez e tudo ficar claro na ultima vez que se ouve ela.
Uma passagem tão complicada, mas que no fim tudo pareceu estar explicado... aquele cheiro, aquela lembrança, aquele som familiar, aquele sentimento, aquele arrepio, o beijo não dado, a sensação de perda e a alegria de estar ali naquele momento único, tudo aquilo estava explicado finalmente, o porque acontecera em minha vida...
...e isso parece tão injusto, pois somente no final vim a entender, como um livro de suspense, que somente é revelado seus mistérios no final, onde tudo fica claro e que por sinal eram coisas tão bobas e fáceis de se perceber, como um truque de mágica, simples e bobo, mas que nós, que gostamos da sensação de sermos enganados, só vemos aquilo que queremos ver.
Tudo explicado e revelado mas com o fato de não poder mudar mais nada, quando apenas posso fechar os olhos e descansar em paz.
Vanessa Curto
segunda-feira, 26 de setembro de 2011
Para ser feliz
É preciso diminuir o medo de tudo e todos;
É preciso livrar-se dos pensamentos negativos;
É preciso deixar de se abalar com qualquer coisa
É preciso lembrar-se do quanto se é amado
É preciso a consciência de ser um operário em construção,
É preciso a santa paciência dos monges beneditinos;
É preciso conservar intacta a memória dos amigos;
É preciso, portanto, crer na vida
Ainda que se pense o contrário.
Rafael Cardoso
domingo, 25 de setembro de 2011
A Vossa Imagem Ainda Vive
Conjuro cansado a imaginária presença dos amigos.
Assim subo no ônibus sem chorar a ausência
De nossas conversas
Assim ando pela cidade
Conhecendo os museus
- Sem amigos pra chamar de meus!
Assim pego o violão
Sem morrer musicalmente
Na sinfonia da solidão
- Esta sim, a única inseparável companheira!,
Presente sem que eu me esforce.
Mas as lembranças de vós ocultam esse banco vazio
Esse espaço em que escrevo, a preencher com lágrimas
Esse mar de resignação
Ante às novas circunstâncias.
Rafael Cardoso
sábado, 24 de setembro de 2011
Sem título
E quem é rico também.
Se não só na navalha
É que se vive bem.
Sem labuta o ser atrapalha
Não é nada que valha
Pouco mais que um vintém.
E ao invés de ir pra batalha
Estou sentado aqui também!
Rafael Cardoso
sexta-feira, 23 de setembro de 2011
Soneto do Boi
No capim pisou e pro céu olhou:
“Como é que eu vim parar nesse lugar’’?
- O boi, cansado, então se questionou.
“ O pasto é grande de não se ver fim,
As vaquinhas estão longe de mim...
E ninguém sabe se sou gente boa,
Todo boi aqui é qualquer pessoa.
Volto, um dia, aonde me senti bem!”
E é certo, ora bois! Pois se um boi faz um rima,
É esperto e da terra a saudade prima,
Enquanto a fome cruel não o encerra
No incerto nome açougue-céu, também
Da sua carne há de viver por cima.
Rafael Cardoso
quinta-feira, 22 de setembro de 2011
Metalinguagem I
Tem-se os fatores, cria-se métodos próprios
Chegando a resultados ainda mais
Íntimos e particulares.
Rafael Cardoso
quarta-feira, 21 de setembro de 2011
Novos tempos II
E o guarda foi preso.
Um compromisso foi adiado para além das horas.
Ainda não entendo o que está havendo,
As notícias são as mesmas de sempre,
A morte ainda é ausência de vida
Mas minha vida não tem nome.
Nos novos lugares estou em corpo,
Toda alma é menos minha,
Quem por mim zela só observa
Sem poder entender.
Tudo isso é absolutamente normal.
E essa é a grande diferença.
Rafael Cardoso
terça-feira, 20 de setembro de 2011
O Justiceiro
Cego.
Era assim que as pessoas me chamavam, de Cego, sem realmente perceberem o que eu via.
As pessoas têm essa mania, de sair julgando sem conhecer, a sociedade vive em torno de aparências e status, deixando-se perder as verdadeiras belezas da vida.
Por isso Cego, porque para a humanidade eu o era de fato, preferia observar a vida ao meu modo, além de deixá-lo menos trágico, fazia do amargo virar doce e do feio virar belo, mas fica difícil tentar explicar essas coisas para pobres visionários.
***
Um homem de curtos cabelos cacheados negros, usando roupas pretas, adentrava a imensa mansão em silencio.
Dizia à lenda que aquele lugar vivia mal assombrado, estava em completa ruína e perdera seu valor com o passar dos anos, mantendo apenas os fantasmas grudados em suas paredes desbotadas.
Seu rosto rude e sério estava concentrado no caminho que estava tomando indo em direção a porta de entrada, mas seus olhos ligeiros observavam qualquer sinal de movimento.
Em questão de minutos seu corpo sumiu ao adentrar aquele mausoléu e qualquer pessoa que estivesse observando tudo do lado de fora não conseguiria analisar nada do que se tratava, o homem andara rápido demais para alguém conseguir acompanhar seus movimentos com precisão.
***
Ele fora enviado para lá em uma das missões mais importantes de sua vida, seu sobretudo negro esvoaçava com o seu caminhar rápido, tinha de ser veloz e inteligente, nada poderia falhar se ele não quisesse ser o responsável por sua própria desgraça.
Não demorara muito para achar seu destino, considerando que aquela era a única mansão na rua, e mesmo estando abandonada há décadas, mantinha consigo sua beleza e formosura.
Fora avisado para tomar cuidado, não só com as pessoas alheias de fora, como também com o que poderia vir a encontrar na parte de dentro, algo que não o preocupou nem um pouco, sua experiência de vida tirara-lhe todo o medo que pudesse existir nele, e mais a mais, ele já havia visto coisas terríveis para se preocupar com boatos bobos.
Seus olhos corriam atentos para todos os lados, a experiência também lhe dera o aprendizado de ter cuidado com intrusos curiosos.
Seus passos largos fizeram seu corpo se aproximar rapidamente em seu destino, e com uma certa força do corpo conseguiu abrir a grande porta de madeira, completamente enferrujada.
Seus olhos percorreram a imensidão escura existente dentro do local, não procurando por nada em especial, mas atento para as supostas novidades que poderia vir a encontrar.
Silencio completo, como se a paz reinasse ali.
***
-Chamei você aqui porque o assunto é sério. Como sabe, odeio ter que desperdiçar tempo com essas bobagens, mas não poderia correr o risco de falar pelo telefone.
Nossa linha pode estar grampeada e o plano falharia certeiramente, não quis correr o risco de perdermos essa oportunidade que lhe trará bons rendimentos, se é que me entende.
O homem de grandes bigodes loiros olhava sério para o rapaz a sua frente.
-Entendo perfeitamente Marcos, mas diga de uma vez por todas onde está!
O homem tinha uma voz dura, mas não rude, os olhos atrás de um quadrado par de óculos com desenhos de cobras nas laterais olhava sério, com as sobrancelhas frisadas para o homem rechonchudo a sua frente.
Este engoliu em seco ao observar a cara irritada do rapaz, passou lentamente um pano branco que tirou do bolso da calça, em sua testa, limpando o suor acumulado na região.
Pigarreou, limpando a garganta.
-Veja, não é uma certeza, mas foi o que me informaram... E entendo se não quiser prosseguir... Mas achei que gostaria de saber...
-Fale logo!
O homem de cabelos negros estava começando a se irritar, fazendo com que Marcos ficasse ainda mais nervoso.
-Bom... - Marcos entregou um pequeno pedaço de papel amarelo nas mãos do homem, que pegou, leu o que estava escrito em silencio, e sem nada dizer se retirou da sala, fazendo com que Marcos relaxasse na cadeira e se aliviasse.
Por isso gostava de trabalhar com Cego, ele era um homem de poucas palavras, mas de muita atitude, era direto e certeiro.
Nunca entendeu bem como aquele apelido pegou, mas sabia que não fazia jus a seu trabalho.
***
Cego amava seu trabalho, não porque tinha adrenalina e emoção, mas porque conseguia fazer com que a lei fosse obedecida da forma, a seu ver, mais correta.
Ele era a lei em pessoa e não admitia que dissessem o contrario.
Depois de alguns minutos que seus olhos se acostumaram com toda aquela escuridão, ele pode ver o que aquela imensa casa possuía, e a verdade é que apenas avistou alguns pedaços de madeira podre jogados pelo piso inteiro, alguns ratos se escondendo, dormindo ou mesmo mortos sendo comidos por outros ratos e muito pó.
Alguns pedaços de papelão aqui e ali, e uma quantidade imensa de um pó branco que brilhava com a luz da lua que adentrava a janela do cômodo que deveria ser a sala.
Ele se abaixou lentamente, os olhos observando o que era o tal pó, os dedos da mão direita esfregando um pouco do conteúdo entre si e levando próximo ao nariz, agora tinha certeza mais do que absoluta que estava no lugar certo.
Se ergueu lentamente, olhou pela janela quebrada que trazia a luz do lado de fora, o matagal cobria mais da metade da casa, o que seria util.
Seus passos silenciosos agora subiam a escada que dava para os quartos, os degraus rangendo de leve, mas ele fazia com que seu peso fosse mínimo, em poucos instantes já estava no andar de cima, a mão indo ao coldre, encostando em seu calibre 38 de aço escovado com cabo de sândalo gravado com uma rosa no cano.
A cabeça adentrou a primeira porta que estava aberta, silenciosamente, não havia nada no lugar, e por experiência própria não iria caçar pelos cantos, sabia que seria perda de tempo nesse caso.
Se voltou para o corredor, havia ainda cinco portas, mas sabia que não precisaria observar mais nenhuma, acabara de achar sua vitima.
A última porta era a única que estava com uma luminosidade fraca, provavelmente uma vela ou uma lanterna fraca.
Andou até o local sentindo a tensão fervilhar em seu sangue, estava acostumado com aquilo, mas seus músculos sempre ficavam rígidos e seu coração acelerava.
Encostou na parede ao lado da porta, sua respiração ficando mais lenta e mais pesada, pegou a arma e a engatilhou, tentou ouvir algum ruído ou qualquer sinal vindo da parte de dentro do quarto, encostou o ouvido na porta, nada.
Tudo na santa paz e era exatamente isso que o deixava preocupado, não gostava dessa tranquilidade toda, nunca era realmente boa coisa.
Respirou fundo e chutou a porta, a arma apontada para atirar em quem estivesse presente, mas seus olhos se espantaram ao observar que não havia ninguém no cômodo, exceto uma pequena lanterna jogada no chão, em direção a porta, como se fosse uma armadilha para que pensassem que tivesse alguém ali.
Mas como poderiam prever algo assim? A não ser que a pessoa tivesse saído as pressas e deixado tudo como estava, o que era pouco provável, considerando que o resto da mansão não parecia invadida nem que alguém fugira de lá rapidamente.
Engoliu em seco e sentiu sua garganta seca, aquilo não estava cheirando bem.
Adentrou o cômodo observando o pouco que ali havia, um grande armário, algumas folhas de jornais espalhados e uma pequena mesinha no canto da parede inferior a porta, com uma perna corroída por dentes de rato.
Foi direto no armário, abrindo suas portas rapidamente, esperando alguma surpresa, nada.
Estava achando tudo muito estranho, vasculhou a mesinha e os jornais, nada de interessante.
Saiu do quarto, sabia que era perda de tempo, mas nesse caso, necessário, checou todos os outros quartos e nada achou além de mais jornais, papelão e madeira.
Voltou a descer as escadas, foi quando avistou uma escada que daria para o subsolo, via uma grande movimentação de ratos naquela região.
Se ateve a ficar em silencio, seus passos rangendo o mínimo possível para chegar ao porão.
Era mais escuro que todo o resto da casa, espremeu os olhos, tentando fazer surgir alguma visão, mas o jeito era tatear.
Suas mãos iam ao ar sem nada encontrar, até que tocou em algo peludo e fofo.
Uma pilha disso.
Mesmo escuro, seus olhos se arregalaram, não conseguia identificar, mas tinha uma idéia do que seria.
Voltou às pressas para a sala, pegando uma dúzia de papelões e levando-os para baixo, ateando fogo com seu isqueiro.
Uma grande luz avermelhada iluminou todo o local, os ratos aos montes fugiam as pressas com medo da novidade.
Seus olhos vasculharam o que havia tocado, e então viu um homem jogado ao chão, de longos cabelos negros acinzentados, os ratos estavam aos montes em cima dele, mas dava para notar pelos seus gemidos que ainda estava vivo.
Às vezes a justiça vinha do destino, às vezes ele tinha que terminar, às vezes tinha que fazer por completo.
Um sorriso sádico veio aos lábios, ele deu um chute na perna do homem, que gemeu mais forte.
O desgraçado estava mesmo vivo, se escondendo da população, depois de matar milhões de pessoas com seu terrorismo todo ainda estava vivo e reclamando de dor, pois ele iria ver o que era dor.
Pegou o homem com uma das mãos e o arrastou para o andar de cima, afastando assim os ratos também de seus feitos.
Jogou-o na sala, fazendo um grande baque com seu corpo se batendo de encontro ao piso.
Chutou o estomago do homem novamente, e mais uma vez, até ele voltar a consciência, completamente zonzo.
Abriu os olhos lentamente, verdes e vivos, maldosos, olhou para ele e entrou em estado de choque, tinha tentado escapar tantas vezes, sabia que estava sendo bem sucedido, como descobriu onde estava afinal?
Cego abriu um largo sorriso cruel, os olhos fervendo de fúria.
-Boa noite Leão Vermelho, como esta? Ah é, sendo fugitivo da policia por trafico de droga - ele apontou para a farinha branca brilhante que examinara há pouco - vivendo junto dos da sua espécie, - apontava agora para os ratos apressados - não deve estar muito bem, não é?
O homem não se movia, os olhos estavam apavorados.
-Pensou mesmo que eu não o encontraria? Depois de matar toda a minha família, achou MESMO que eu não conseguiria?
Ele falava com raiva, suas palavras carregadas de amargura.
-Mas você sabe, ninguém escapa da justiça e você mexeu exatamente com o justiceiro.
A arma agora apontava para Leão Vermelho, que se encolhia amedrontado, mas rapidamente a mão mudou de posição e atirou em uma das pernas do homem que berrou de dor.
- Ah veja só, ele sente dor.
A voz tinha a ironia carregada nas palavras.
-Mas na hora de matar uma pobre mulher com seu filho inocente, você não teve nem dor, nem pena, não é mesmo?
Ele se virava agora, os olhos repletos de lagrimas, mas não deixaria que aquele porco visse seus sentimentos.
-Você se envolveu aonde não podia...
A voz rouca e grotesca de Leão Vermelho saia engasgada com a dor que estava sentindo na perna.
-SILENCIO!!
Cego berrava, se virando irritado para o homem magérrimo e maltrapilho a sua frente.
Ambos se encararam por longos minutos.
-Serei bom, sou um homem justo, como bem sabe. - Cego apontava a arma para a cabeça dele, gesticulando e dando a forte impressão que dispararia aquela arma há qualquer momento.
-Lhe darei a escolha de morrer agora... - A fumaça da queimação que ele fizera no porão começava a surgir em meio à sala. - Ou de tentar se salvar - Os olhos estavam fixos no moribundo agora, que nada respondia.
-Fale logo!!! - Cego berrava, enquanto dava um chute certeiro na boca do estomago do homem, que se encolhia gemendo.
A arma apontou para a mão oposta a perna atingida e disparou, fazendo sangue espirrar em várias direções.
O homem berrara um palavrão alto, o encarou sério.
-Me deixe viver, por favor!!! Por favor!!!
Ele berrava, começando a chorar.
-É uma pena que não pensou nisso antes de torturar meu filho e estuprar minha mulher. Essa possibilidade não está na lista... Mas já que assim quer...
Ele tirou uma caixa de fósforos do sobretudo, acendendo, a chama brilhava em seus olhos, agora vivos.
-Boa sorte!
Ao falar isso ele jogou o fósforo na pilha de madeira próxima, que logo se espalhou, tomando conta rapidamente das coisas, as chamas engoliam tudo completamente esfomeadas.
Cego olhou o homem uma ultima vez e então saiu da casa lentamente, vendo-a se incendiar cada vez mais rápido.
O homem sangrava e tentava se arrastar para a saída que parecia ser quilômetros de distancia.
Já estava quase chegando à rua quando teve a impressão de ouvir berros de desespero vindos de dentro da casa.
Adentrou seu carro e acelerou ladeira abaixo, parando apenas há quilômetros dali, a fumaça cobria o céu, podendo ser visto de longe, a lenda tinha acabado junto da desgraça que viera com ela.
Ninguém sabia o que realmente se passara naquela casa, e nunca saberiam.
As mãos agora tremulas de Cego pegavam uma foto no porta luvas do carro, as lagrimas pingando na foto que mostrava um lindo garoto sorridente junto de sua bela mãe.
Acontecesse o que acontecesse, ele sabia que agora sua missão estava cumprida.
Ficou uns instantes admirando a foto e então voltou a dirigir, a satisfação adentrando em seu ser, sempre que matava sabia que era porque de fato a pessoa mereceu, mas desta vez sentia a justiça fervilhando em suas veias.
Aumentou o som do radio e voltou a dirigir, viu uma ambulância passar as pressas por ele, mas tinha a plena certeza de que já era tarde demais, mas talvez conseguissem salvar alguns ratos, quem sabe.
Gostava de fazer justiça, a limpeza ficava por conta de outros.
O vento entrava pela janela, bagunçando seu cabelo, nunca mais seria feliz como fora um dia, novamente, mas agora sabia que poderia viver tranquilamente, apenas com a saudade de uma vida que um dia fora plena e perfeita
Viveria pela justiça, atrás de pessoas que não mereciam ter a graça de viver.
***
Quem observasse de longe, pensaria que estava vendo coisas, pois o carro desaparecera com o vento, mas a realidade é que Matheus, mais conhecido por Cego, era o santo dos injustiçados, e que apareceria sempre que preciso para aqueles que merecessem ter sua paga.
Diz a lenda que seu espírito vaga por ai, protegendo os pobres que precisam que a justiça seja feita, e ele o faz, afinal, ele é a LEI!
J.H.C
Obs: O vídeo inicial é do canal parafernalha, você pode ver a versão original aqui
http://www.youtube.com/watch?v=HEvbRbkcheY
segunda-feira, 19 de setembro de 2011
Sem título
Da poesia faço versos
Sobre temas diversos
Algo que espante a solidão.
Rafael Cardoso
domingo, 18 de setembro de 2011
Recomeçar (entre dúvidas)
Com esta caneta
Porque este momento
Jamais retornará.
Este espaço em branco – a minha cabeça
Esta caneta – nova chance de escrever no livro-vida
Este momento – é, este momento
Como todos não volta mais.
Este momento é tão somente este momento.
Eis a única certeza.
Rafael Cardoso
sábado, 17 de setembro de 2011
Poetar III
Quem pode dizer sem que ria
Sem ter uma ponta de rancor
Poder viver bem sem poesia?
Poetar é dizer sem falar
Ou falar mais do que se pode
Dizer. Poetar acode, acode
Quem vive a sonhar pensando em
Viver.
Rafael Cardoso
sexta-feira, 16 de setembro de 2011
Poetar II
Da Sé depois da tarde o café:
Faz zum, cabe sempre mais um
Mas não entra quem quiser.
Rafael Cardoso
quinta-feira, 15 de setembro de 2011
Poetar I
Quando nascemos, um anjo torto
Desses com um carimbo na mão
Escolhe quem gosta de ler ou falar
Alguns, quando falam, choram.
Por isso escrevem.
Inda que lágrimas molhem o papel,
Fica lá cravada a lembrança
Daquele instante efêmero:
Enquanto existe, persiste-insiste
Em ser eterno como a dor intensa
A dor dos que partem sem jamais voltar.
Rafael Cardoso
quarta-feira, 14 de setembro de 2011
Sem título
Se muda o dia, o lugar e a hora
Tudo que é minha essência vai embora
Pro mundo único em que sei viver.
Riso e bajulação: minha autoestima
Desta lição fez uma lei fatal
Viver somente co´aquele que a mima.
De resto, tudo pode ser mortal.
Rafael Cardoso
terça-feira, 13 de setembro de 2011
Bolsa
Velha guerreira,
Companheira Algibeira,
Carregaste-te nas costas
Ou tu que me carregavas?
Levavas minha essência, meus planos, sonhos
E sacrilégios. Foste a extensão do meu pensamento.
Passei por lindos momentos, chorei, tive dúvidas. Você sempre presente.
Que presente!... Assim que te vi percebi que seríamos grandes amigos
Por que te exalto? Por que tanto apego? Falar de ti é falar do mundo que,
Literalmente, carreguei nas costas nesses últimos tempos. Mas toda matéria
É finita. Despeço-me de ti fazendo aquilo que fizestes por mim:
Guardando-te. É hora da bolsa entrar dentro de outra bolsa.
Rafael Cardoso
segunda-feira, 12 de setembro de 2011
Teoria da Informação
Espera um dia – a noite já vem
- Em que alegria e nostalgia
Sejam um bem
Bem que se tenha, bem que se dê conta
Sem dar contas a ninguém
Pedro penseiro pensando no trem
O dia não veio
O céu está feio
A noite também
Vagões trazem gente
Bem mais do que cem
Que pensam igual
E esperam além.
O dia nunca vem.
Rafael Cardoso
domingo, 11 de setembro de 2011
Sem título
“Por quê?”
No rio da vida
Não nado mais contra a corrente
Deixo que me meçam
Como acharem conveniente.
Rafael Cardoso
sábado, 10 de setembro de 2011
Jéssica
Poucas pessoas realmente se preocuparam comigo
Poucas, ainda, souberam respeitar minhas diferenças
Superar meus defeitos
Ressaltar minhas qualidades
Você é uma dessas pessoas.
Simpática, amiga, essencial.
Sem você todo ônibus é igual.
Rafael Cardoso
Estou sem graça e não sei o que dizer... Obrigada por ser esse amigo tão dedicado!!!
<3
=*
Jéssica Helena
sexta-feira, 9 de setembro de 2011
Perda
A estrada estava movimentada, os carros passavam a mil por hora, a brisa adentrava a janela e bagunçava meus cabelos, uma sensação de saudade passando por meu corpo, a falta de um passado que agora parecia tão longínquo e irreal.
Tudo voltava à tona na memória, e eu preferia esquecer, por isso amava meu trabalho, ele me fazia viajar para mundos distantes e diferentes, me permitindo juntar o que amava com o que gostaria que ocorresse.
Fechei os olhos por um instante, à imagem daquele sorriso tão perfeito e espontâneo que surgia em seus lábios quando me olhava fazia eu me sentir a pessoa mais fantástica do universo.
O mundo estava se modificando cada vez mais, e a pressa agora era algo que o homem tinha que aderir em seu ser, a guerra não nos deixa pensar, e por isso eu preferia a paz do meu mundo bonito, era como um quadro que eu poderia pintar e criar exatamente tudo que gostaria, as cores vivas, esquecendo do cinza ao qual vivia na realidade, era como uma válvula de escape e ao mesmo tempo uma aproximação daquilo que eu não poderia ter junto de mim nunca mais.
Voltei a observar a estrada, as pessoas possuíam suas vidas rotineiras sem pensar o quanto deveriam dar valor as mesmas.
Senti uma lágrima escorrer em meu rosto, mas a mão foi mais rápida e sumiu com ela dali, as lembranças deveriam ficar guardadas em uma caixa chamada coração e jamais serem expostas para o mundo, não poderia permitir que aquilo se estragasse com a podridão que existia em tudo.
''Eu te amo papai''
Risadas ao fundo vinham em minha memória, os olhos dela brilhantes e tão magicamente curiosos estavam agora sem vida, aquele ar de alegria jamais poderia ser visto pela humanidade novamente.
Meus dedos apertaram com mais força o volante, estavam gelados como meu coração se mantinha nos últimos tempos, engoli em seco, minha princesa me deixou, partiu sem permitir que eu me despedisse, segurando em minha mão como quem se despede com muito prazer de ter me conhecido.
O acidente fora horrível, uma bala perdida acertara a minha pequena princesa, uma briga entre gangues tinha causado uma perda irreparável.
Não tinha mais controle algum sobre minhas lágrimas, agora elas escorriam por meu rosto, terminando em meus lábios e me proporcionando um gostoso salgado na boca.
Para um pai, perder um filho é como perder uma parte de si, um buraco se abre no coração, você nunca mais consegue ser uma pessoa completa e feliz.
Estacionei o carro, meu rosto estava ensopado, os olhos completamente vermelhos, assim como a ponta do nariz.
A brisa continuava a bater em minha face, e tive a plena certeza que por mais que a saudade doa, o amor jamais permite que o adeus seja eterno, não, eu gosto de pensar como um até logo, e que em breve estarei novamente junto da minha pequena princesa.
Afinal, aqueles que nos amam, nunca nos deixam realmente.
J.H.C
quinta-feira, 8 de setembro de 2011
Amígor
Contigo
Digo
Sigo
Rigor
Igor
João Gilberto e AC/DC
Pessoa que conheci
Cientista social
Hermaníaco
Rock This Town
Pentatônico
All Star legal
Sem cadarço sem nada
- Seu nada é genial
Camisa pintada
Guitarra,risada
Café do Amaral
Am I Igor?
Igor é amigo
Amigo Igor
Amígor.
Rafael Cardoso
quarta-feira, 7 de setembro de 2011
Parabéns meu querido
Não por ser a independência do Brasil, embora seja um dia especial por sua natureza.
Mas a grande questão de hoje é que uma das pessoas mais maravilhosas do mundo que conheço estava nascendo há dezenove anos!
Querido Rafael Cardoso, o que seria de mim sem você, me ajudando nesse blog, com suas palavras sempre tão magníficas e incríveis?
O que seria de mim sem o seu apoio, sua amizade e seu carinho?
Meu querido, eu poderia simplesmente ser clichê e dizer o quanto quero o seu bem, que todos os seus desejos se realizem, que você seja a pessoa mais feliz do mundo, e de fato desejo tudo isso, mas tenho que admitir que não serei capaz jamais em colocar em meras palavras todo esse sentimento que tenho por você, toda essa vontade de vê-lo crescer e se realizar na vida, toda essa ânsia que me consome cada vez que o vejo sorrir, toda essa agitação em meu corpo que quer vê-lo como o melhor do mundo!
Querido, continue sim sendo esse homem esplêndido que tem sido a vida toda, crescendo e aprendendo da sua melhor forma, com o seu modo mais pacífico possível, mas lembre-se que esta velha jovem aqui, sempre estará do seu lado, quando você menos acreditar e esperar.
Eu estarei lá, nas piores horas, para te puxar pelas mãos e fazê-lo seguir adiante, porque a vida tem seus altos e baixos, e temos que enfrentá-los, é bem verdade, mas não precisa ser só.
E nos momentos bons, talvez eu esteja presente, talvez não, mas minha satisfação será tremenda, porque saberei que está bem.
Obrigada por tudo o que me fez, tudo o que me faz e tudo o que me fará, seja nesta ou em outra vida.
Você é divino e único!
Especial e eterno em meu coração!!!
Feliz aniversário, que este dia não seja só mais um dia memorável, mas que você tenha a certeza de que sua existência é uma benção para a humanidade.
Beijos da sua eterna amiga
Jéssica Helena
Madeira
Mas não saio do banco de madeira.
Madeira aqui, madeira no verde
Madeira em meus ossos imóveis.
Diante do novo, sou todo madeira.
Tudo é madeira.
Ela confortável como escrever este poema
E não sou daqui pra ir à Faculdade
Mas vou embora.
É se matando que se sobrevive.
Rafael Cardoso
terça-feira, 6 de setembro de 2011
Sem título
Não. Chega de ouvir gente
Falando no meu olvido.
Devo correr? Não.
Corri o dia inteiro.
Vejo gente apressada.
O ônibus tá indo embora!...
Ultrapasso todos e entro nele.
Do que eu falava mesmo?
Rafael Cardoso
segunda-feira, 5 de setembro de 2011
Carta
É estranha sensação:
A dor se foi. Então
O “já” é eterno céu
O instante não é em vão
A palavra é um mel
Que afaga o coração.
Porém o tempo passa
Sem trazer algo novo
(Preciso ver a escassa
Palavra do meu povo!)
Por que por mais que faça
Da gema todo o ovo
A saudade não passa,
Volta sempre de novo.
Rafael Cardoso
domingo, 4 de setembro de 2011
A quietude de um olhar
Aqueles olhos, aqueles olhos verdes..
me trazem TANTA paz quando os olho,
nada nunca se comparou a calmaria
que esses olhos me passavam, era como se
mesmo que o mundo a minha volta desmoronasse
se eu olhasse para eles.. tudo estaria em paz,
não sei o que está acontecendo comigo,
o que está acontecendo comigo?
Será possível?
depois de tanto tempo
assim tão derrepentemente
um anjo ter aparecido quando eu menos esperava?
um anjo dos olhos verdes..
aqueles olhos.. seus olhos,
tão profundos, dizem tantas coisas
e me fazem parar de pensar
meus problemas nem existem mais
quando vejo aquela cor..
verde que me faz pensar no lado bom das coisas
me trazem forças..
verdes, verdes de esperança!
São tão diferentes de tudo que já conheci,
não são apenas bonitos,
eles são mágicos..
Vanessa Curto
sábado, 3 de setembro de 2011
Escola
Na Matemática, o oposto e o inverso são propriedades inteiramente contrárias
Em história, Gonçalves Dias deve ter sido beatificado pela Ditadura Militar
Mas parem tudo, oh, congelem o rosto!
Promoção da velha nação brasileira:
Compre já o mais novo imposto
Ganhe de grátis uma geladeira
Opa, isso não faz parte do ano letivo
Apenas da arte de ser criativo.
Suor, estresse e labuta
No corre-corre diário
Tem gente que vai à luta
Procurando, no trabalho
Buscar a grande permuta
Entre a peleja e o salário
Ambição na justiça
Oba, abóbora boa na OAB!
-Vambora!
(...)
Bora, bobo, o oba-oba é agora!
(...)
Bestão babando bombom
Bastou levando o bom bolo de abóbora
Buá... E agora?
A fome não foi embora.
Rafael Cardoso
sexta-feira, 2 de setembro de 2011
Desejo
Tão difícil ter na vida convicção
Quando se tem não se quer largar
Tão difícil ouvir o coração
Se possível não paro de auscultar
A alma e o órgão que bombeia
Desejo que pulsa forte na veia
Quase saindo da boca a gritar:
Dá licença, aqui não vou ficar!
Rafael Cardoso
domingo, 28 de agosto de 2011
Memória Escrita VII
“Sistema Inoperante. Autodestruição iminente.”
— Hunf. Não há saída.
Nem mesmo os mais potentes métodos tecnocientíficos podem deter o que está por vir. Raios, Terremotos, Tempestades, Erupções... Destruição por toda parte. Não há grama, não há céu azul. O planeta Apha-5310 não é mais alcançável e os recursos esgotaram-se. Há tempos nosso planeta mãe encontra-se em total desgraça e não podemos mais mantê-lo funcionando. Núcleo reformado de ferro, Sistema de controle de Magma, de Água e Continental... Nada está mais funcionando. Tentamos de tudo para salvá-la, minha querida Terra.
Felizmente, milhares de terráqueos já estão espalhados entre Delta-4562, Tal-8754, Zeta-6438 e Alpha-5310. Nossa raça continuará a existir mesmo tendo que massacrar as populações nativas destes planetas.
Tudo começou no ano de 2986, com a descoberta de um conjunto de partículas feitas de nêutrons provenientes de átomos de fósforo que são comprimidos num tanque de altíssima pressão após os elétrons e prótons serem removidos. O resultado é um forte metal, imune a qualquer coisa, pois é neutro e por isto não atrai e nem repele nada. É maciço, modelável durante os dois primeiros meses de fabricação e indivisível após este tempo, portanto chamamos de Átomos de Segunda Ordem, ou ASO para encurtar. Com eles fizemos naves, alocamos uma incrível quantidade de combustível juntamente com comburentes em seus grandes propulsores e com isto conseguimos um incrível foguete no qual viajamos para galáxias antes inalcançáveis. Isso animou a raça humana e fez com que a maioria dos seres humanos deixasse de se preocupar com a Terra. Os Sistemas de Controle fabricados desde então não foram feitos com o planejamento necessário e agora o planeta está sucumbindo. Os países e continentes estão sumindo a um nível de quarenta mil quilômetros quadrados por segundo por fortes erupções, raios elétricos e terremotos. A terra está sendo engolida por si própria. Vários países não existem mais e o primeiro a sumir foi a China. Falta pouco para o restante do planeta ser engolido e os humanos ainda vivos que estão nele não têm mais condições de escapar nem para Alpha-5310, o planeta habitável mais próximo. Eu decidi ficar por aqui e morrer junto com minha mãe. Estou vendo um rio de magma a minha frente e terra sucumbida atrás. Não há saída.
“Tempo para autodestruição: 1 segundo. Desligando sistemas. Abrindo as câmaras de combustível gasoso. Liberando gás oxigênio. Soltando faíscas necessárias”.
— Adeus. Minha querida Terra.
Michael Figueiredo Aurion Centauros Veiga
Lucas de Figueiredo
segunda-feira, 15 de agosto de 2011
Pedra
E era uma pedra muito grande, basicamente do tamanho de uma rocha.
Era tão grande que não cabia no sapato, para apenas ficar no incômodo entre o dedão e o consentimento do cérebro.
Estava um tanto quanto difícil de aguentar sua dor.
Não daria para fazer uma sopa com ela, apesar do seu tamanho monumental, ficaria amarga e ingulível.
Não dava para chutar sem quebrar o pé e muito menos segurá-la entre os braços sem estourar os tendões.
Dê pedra para cicatrizes, não sei o que é pior, pois a pedra estava deixando muito mais cicatrizes do que lhe era de direito, e sem dúvida muito mais que qualquer tendão estourado deixaria.
''No meio do caminho tinha uma pedra''
Mas não era nem de longe um simples objeto atrapalhando apenas meu caminho.
Raspava na garganta e ardia nos olhos toda aquela passagem.
Acredito que ela veio de Marte e resolveu cair justamente na minha frente de propósito.
Seria um teste, o maior que já fiz na vida, apenas para ver se o que desejava era de fato aquilo.
Pelo menos, seria uma experiência única, trazendo muita dor sim, mas sem dúvida muita sabedoria.
A pior pedra que já tive no caminho, no entanto seria a que me traria mais frutos.
Talvez não vindos dela, propriamente dito, mas sem dúvida, depois de seu desvio, nunca mais viria a se repetir.
''No meio do caminho tinha uma pedra''
*No meio do caminho tinha uma pedra é um trecho do poema ‘’No Meio do Caminho’’ de Carlos Drummond de Andrade
J.H.C
sábado, 13 de agosto de 2011
Extrato ao vento
Após o banho, fui à padaria onde comprei pães, biscoitos, duas rosquinhas e duzentos gramas de mortadela e depois retornei a minha casa para tomar o café. Depois de ter feito tudo isso, fui para o trabalho.
O serviço não terminava mais. Eram centenas de documentos para organizar e enviar para os mais diversos destinatários. Parecia-me que tinha tarefas acumuladas de uma semana e meia e tinha que entregá-las antes do anoitecer, contudo, para a minha felicidade, os afazeres foram diminuindo e uma pequena parcela faltava para ser concluída. Terminei logo e fui para casa, morto de cansaço.
Quando cheguei, dei uma ajeitada na casa, limpei o chão da sala e da cozinha, assisti à novela e ao futebol e depois fui para cama, mas o sono demorou a chegar. Então me sentei e fiquei absorto em meus pensamentos. Naquele momento somente a palavra felicidade me vinha à cabeça, juntamente com vagas lembranças de momentos em que me senti plenamente feliz. Felicidade plena na qual nunca acreditei que existisse, pois plenitude para mim é algo mais do que duradouro. Diria até quase eterno.
Essas lembranças fazem parte de minha infância e adolescência, partes estas pelas quais sinto muita saudade. São momentos nos quais percebo que se ausentam particularidades existentes na vida adulta, que percebo somente agora. Lembro-me quando sonhava em ser adulto para ter minha independência, construir grandes projetos, obter grandes conquistas e ser digno de grande admiração. Como era fantástica a minha imaginação! Pena que nunca se aproximou da realidade. Dinheiro para sobrevivência, classe social para prestígio, responsabilidades para a vida, eficiência para o trabalho, falsidade para a imagem. Nunca imaginei que iria possuir essas artimanhas que odeio tanto e hoje penso “Se foi para isto que cresci, então gostaria de permanecer como uma criança! Afinal só elas possuem a inocência, a doçura, a sinceridade, a alegria e a esperança que nos dias atuais eu valorizo tanto!”. Então percebo meu extrato bancário na escrivaninha e, com raiva, rasgo o papel e jogo-o no chão. “Não era essa a independência que eu queria! Não eram esses os projetos que gostaria de construir! Não eram essas as conquistas que sonhava e não me vejo digno de nenhuma admiração!”. Logo depois desabei na cama e lágrimas transparentes brotaram de meus olhos. Transparentes como uma criança, porém com o sofrimento de um adulto. Adormeci.
Abri os olhos. O travesseiro estava encharcado e sentia gosto de sal na boca. Olhei para o teto branco, porém levei um susto ao perceber as paredes claras que meu quarto adquiriu. A mobília estava totalmente diferente e as dimensões do aposento também diminuíram. Então gritei ao pensar que fui sequestrado e meus pais apareceram na porta, correndo para me abraçar. O carinho do abraço aconchegante me tranquilizou e, confuso e tentando me lembrar de como fui parar na casa de meus pais, me levantei rumo à porta, porém, antes de chegar ao meu destino, me surpreendi ao olhar-me no grande espelho que jazia do lado de minha cama. As rugas sumiram e o sofrimento dos anos também. De pijama pulei de alegria ao perceber que tudo aquilo pelo que passei não fazia mais parte de minha vida, mas sim de um sonho que, com êxito, me alertou sobre um de meus mais temíveis e terríveis (e possíveis) futuros. Volto para cama, abraço meus pais novamente e vou tomar meu café da manhã com um novo brilho no olhar.
E como prova diminuta e imperceptível daquilo que julgava ser sonho e na verdade escondia uma chance dada a poucos pelo destino, os restos de meu extrato bancário, com data marcada 26 anos após aquele dia, levantaram-se do chão com as forças do vento e desapareceram pelo mundo sem que ninguém os visse. E agora, depois que vivi toda a minha vida como planejei nos tempos de menino, parto para um destino ao qual não tenho nenhuma ideia de como será. Talvez uma nova vida, talvez a escuridão profunda, talvez o céu ou ainda o inferno. Repito que “não sei onde estou ou aonde vou agora”, mas digo, com toda franqueza do mundo, que parto satisfeito comigo mesmo.
Lucas de Figueiredo
Querer
E o novo revela-se doce simplesmente por ser novo
Rimos do acaso
Como criança que aprende a sorrir
Tudo é passo, nada é tropeço
O querer faz do querer sua fonte de motivos
Que saciam a sede de esperança
A escada é esteira, a esteira, escorregador
Para fluir rápido e intenso
O sangue que corre a vida que acontece
Bombeados pelo coração repleto
Da sensação única de bem-estar
Se quero mas não posso devo
Se não posso mas devo quero
Pra ser sincero escrevo
Coisa que não tenho (mas venero)...
Eu queria ter o desejo de querer as coisas.
Rafael Cardoso
quarta-feira, 10 de agosto de 2011
Olhos como os de mais ninguém
Seus olhos, seus olhos.
Amo seus olhos, sempre os amei, é bem verdade que não gosto de coisas comuns e os seus olhos de fato não tem nada de comum.
Não só pela sua cor, não só pelo seu formato, mas principalmente como você me olha, como ninguém nunca olhou.
Você é uma mistura do que sempre quis e do que sempre admirei.
Você se acha tão comum, mas é tão diferente!
Seus olhos.
É verdade que tenho queda por olhos, mas os seus são exclusivos.
Meu Deus, como eu os amo!
Seria preciso descrevê-los com perfeição para que pudesse tentar expressar o que se passa, e mesmo assim não o conseguiria.
Acho que a perfeição não tem descrição exata, teria que ficar por tanto subentendido o que desejo dizer.
Mas acredito que não tem grande importância, o que vale é que eles me encantam.
Amo quando você me observa com curiosidade, mas amo mais ainda quando você me olha com empolgação.
Devo dizer que a curiosidade que surge quando você está com seu olhar perdido, longe, faz com que surja um misto de irritação por não saber o que se passa e curiosidade imensa, mas você rapidamente me recompensa olhando-me e juntamente seus olhos sorriem para mim, as vezes mais do que seus lábios, sempre tão sérios e muitas vezes pensativos.
Seria loucura demais dizer que olhos sorriem e lábios pensam?
Não sei, só sei que para mim, eles são maravilhosos!
J.H.C
sábado, 6 de agosto de 2011
Feitos um para o outro
Sua total grandeza agora parecia se resumir em pequenos pedaços de seu ser, sempre desejou que aquilo ocorresse, mas nunca conseguiu imaginar como o seria, e finalmente, quando menos esperou seu desejo se tornou realidade.
Estava apaixonado, completamente apaixonado, sentia seu coração palpitar forte no peito, as mãos suarem e o ar lhe faltar enquanto tentava, através de muito esforço e engasgos, falar.
Queria apenas falar, antes parecia tão fácil, horas a fio, mas agora parecia ser a coisa mais complicada do mundo, estava se atrapalhando todo e pagando o maior mico do universo, não conseguia controlar seu nervosismo.
Ela era única, não tinha nada de especial e no entanto, tinha tudo.
Sempre idealizou a mulher perfeita, mas nunca se completou com tais mulheres, e ela, ali, na sua pequena humildade lhe satisfazia e completava totalmente.
Não conseguia entender porque aquilo ocorrera, e muito menos como ocorrera, em um minuto tudo estava normal, no minuto seguinte os olhos castanhos, o cabelo igualmente cor de chocolate, as bochechas rosadas e macias, o corpo rechonchudo... Tudo parecia mais bonito e muito mais irreal.
Mas por quê? Por quê logo com ela, que parecia ser tão impossível?
A amizade deles era forte, mas será que ela o via com os mesmos olhos? As longas horas de conversas e idéias por um acaso conseguiram mexer com ela como mexeram com ele?
Talvez por não saber estivesse tão nervoso, afinal, tudo o que mais queria esse tempo todo, o sentimento que mais desejara finalmente se concretizou, mas e se ele tivesse se concretizado com a pessoa errada?
E se ele sofrera o azar de muitos de se apaixonar e não ser retribuído? Estaria sofrendo a primeira grande desilusão de sua vida, afinal?
Passava as mãos apressadamente pelos cabelos, deixando-os mais bagunçados que o normal.
Pigarreou nervoso, os olhos atentos nos movimentos dela, totalmente opostos dos dele, delicados e surreais.
Ela gargalhava com as piadas que ouvia ao redor dos amigos, mas não percebera o quanto era observada até uma de suas amigas lhe cochichar no ouvido o quanto estava achando o dito feito estranho naquele dia.
Então seu rosto rechonchudo corou com um vermelho intenso e sugestionável.
Uma sobrancelha se ergueu curiosa, tentando entender tudo o que estava se passando.
Odiava a dúvida, ainda mais em uma situação como aquela, nunca conseguia entender sinais, muitas vezes os enigmas falhavam devido sua pouca falta de entendimento para com eles.
Os boatos seriam verdadeiros ou apenas puras ilusões de sua mente?
Ir para casa com aquela dúvida há deixaria um pouco preocupada, mas sem dúvida ela não fazia idéia da reação que estava causando deixando a dúvida da realidade na mente alheia.
A realidade, é que a falta de coragem e o medo de estragar algo que nos parece tão perfeito, muitas vezes nos faz perdermos oportunidades magníficas e únicas.
Assim, ao se despedir, ele se encheu de coragem, a agarrou ali mesmo, em meio à estação de metrô, as pessoas apressadas passavam e adentravam seus vagões preocupadas com a hora, e ele, sem se preocupar com mais nada ao seu redor, a beijou, um beijo doce, lento, um beijo como nunca deu e nunca sentiu antes, completamente... único.
Sentiu a mão dela se aconchegando em sua nuca e lhe acariciando enquanto retribuía carinhosamente, seu coração pulava como ela nunca sentiu antes, estava feito, tinham a plena certeza de que foram feitos um para o outro.
J.H.C
segunda-feira, 25 de julho de 2011
Dia Nacional do Escritor - 25/07/2011
A todos estes escritores maravilhosos quero desejar um Feliz Dia do Escritor e que vocês não sejam lembrados apenas hoje, pois um escritor é eterno!
J.H.C
A todos os escritores que conheço e ei de conhecer!
aos anônimos e conhecidos,
aos que começaram ,
e os que seus projetos terminaram.
Aos que criam mundos e fundos,
aos que encantam e atentam,
aos que ludibriam e fatos recriam.
Aos que criticam e emocionam,
aos que usam papel e caneta,
e os que usam da tecnologia.
Aos que escrevem prosa e versos
aos que criam textos complexos,
aos que aqui estão,
e aos que já se foram.
Aos que escrevem livros ou novelas
aos que falam aqui desta terra (chamada Brasil),
e aos que falam de outros cantos do mundo, (e universo)
aos que conspiram e aos que buscam solução.
Aos que escrevem e aos que ditam,
aos que sorriem e aos que choram,
aos que idolatram e aos que imploram...
A todos os escritores o meu sincero parabéns.
J.H.C
25 de Julho - Dia do Escritor
Aqueles que estão comigo nas horas de alegria e nas horas de dor, tristeza e amargura.
Hoje é um dia mais que especial, pois trata-se de homenagear as pessoas que se dedicam a esta profissão tão esplendorosa que é escrever, relatar fatos e muitas vezes nos mostrar os caminhos certos.
O Escritor está presente em todas as nossas fases de vida, desde quando aprendemos a escrever até os mais picantes contos, é ele, seja anônimo ou conhecido, que nos faz sentir completos, ele que nos entende e acalenta nas horas que mais precisamos, e é justamente a ele que devemos agradecer todos os dias por nos tornarmos pessoas melhores, mais sábias, experientes e determinadas.
Deixo aqui meu sincero agradecimento para o meu amigo mais que especial, escritor divino e pessoa maravilhosa, Leonardo Ragacini, se não fossem suas dicas e conversas confabulantes, provavelmente eu ainda estaria em nível zero, obrigada por fazer e ser quem é.
Um grande abraço aos amigos que se dedicam a esta arte, e um sincero obrigado a todos que foram, estão e virão um dia a compartilhar desta maravilha grandiosa que é escrever.
J.H.C
quinta-feira, 14 de julho de 2011
Doce Paraíso
Uma mesa recheada de bombons gostosos, de vários sabores, cores e texturas.
Beijinhos e brigadeiros espalhados por todos os cantos, rocamboles, trufas, tortas e pudins... O cheiro inebriante de doce solto no ar.
Água na boca, olhos brilhando, alegria imensa.
Sem perceber já estava passando a língua pelos lábios incontrolavelmente.
Os pensamentos voaram, enquanto os sabores explodiam na boca.
O paraíso existia e estava diante de si.
Não precisava de mais nada, a felicidade se comprovava real, agora só bastava aproveitar.
J.H.C
quarta-feira, 22 de junho de 2011
Viver e amar
Os olhos verdes e brilhosos dela lacrimejavam enquanto ela, com aquelas doces e puras palavras se engasgava com o simples pensamento de perdê-lo.
-E você me parecia o mais bonito naquela festa, com aquele seu sorriso carismático e sincero, que eu sabia, tinha a plena certeza, que não encontraria mais ninguém no mundo com o seu poder... O poder de me transformar na mulher mais feliz do universo... O poder de me fazer sentir... Completa!
Ele, olhando para a moça a sua frente que já não conseguia segurar suas emoções diante de si, teve ali a certeza de que tinha encontrado não só a sua cara metade, mas a pessoa que poderia contar seus segredos mais íntimos sem ser subjugado, ele sabia que aquela mulher de olhos magnetizastes era perfeita em sua imperfeição, porque na vida, temos oportunidades brilhantes que nos são expostas, e se desejarmos do fundo do coração, elas se tornam reais, basta capturarmo-as com toda a força de vontade e vivermos intensamente.
Assim, ele a agarrou e lhe beijou seus doces e rubros lábios com fervor, num ato de amor e carinho extremo.
Ela por si retribuiu como se o mundo não existisse.
Dizer que viveram felizes para sempre seria hipocrisia do leitor e muito mais do contador da história, a realidade é que como todo casal que se ama, brigaram várias vezes e pensaram em se largar muitas mais mas nunca o fizeram, porque no fundo, sabemos que a vida é feita de altos e baixos, e que não teria a mínima graça sem essas grandes aventuras, o bom da vida é aproveitar cada instante...
Sem pensar no seguinte, apenas viver.
E eles viveram.
J.H.C