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terça-feira, 2 de novembro de 2010

Hipertensão!

A corrida presidencial e o deputado mais votado do país

Segundo turno. Agora, nada de “tiriricas” na TV implorando o nosso voto - o que não garante, contudo, um alto nível na corrida à presidência entre o tucano José Serra e a petista Dilma Rousseff. O equilíbrio nas pesquisas contribui para o clima tenso na campanha de ambos.
Neste momento, como era de se imaginar, todos estão desesperados. Na propaganda Serra é o privatizador, o senhor do retrocesso. Dilma, a desconhecida, que só está aonde chegou por causa de Lula. Junto com esses e outros ataques, os candidatos tentam mostrar tudo (e mais um pouco) que fizeram pelo país quando ministros, comparando os governos Lula e FHC - cada um defendendo o seu lado. Ora, a quantidade de dados que vêm sendo transmitida ao eleitor além de exagerada é cheia de controvérsias, o que deixa a população confusa. Afinal de contas, Serra foi ou não o criador do seguro-desemprego? E o pedágio caro em São Paulo do PSDB? E o PAC de Dilma, alcançou os objetivos? Foi concluído? E as estradas federais? Falta explicar muita coisa.
Enquanto isso, o partido Verde ainda não decidiu quem vai apoiar. Mas isso fará diferença? Quem votou na Marina está cansado de ver dois partidos se intercalando no poder. Daí a sua expressiva votação do eleitorado jovem, que busca novas alternativas. Marina vem demonstrando tamanha neutralidade que o destino dos seus 20 milhões de votos no segundo turno é um grande mistério. Ela saiu do PT por discordar de algumas ações do partido. O fato não garante que os “marineiros” vão se simpatizar com Serra. O que está garantido é uma disputa acirrada até o último instante – o debate da Rede Globo.
Uma campanha eleitoral exige do político entre outras qualidades desenvoltura e resistência pra viajar de norte a sul desse país continental. Todavia ninguém está trabalhando tanto como os marqueteiros. Os programas eleitorais se renovam todo dia, sempre respondendo aos ataques do dia anterior. Caro eleitor, todos nós devemos prestar bastante atenção. Temos uma Copa e uma Olimpíada que pode ser proveitosa para o Brasil. Temos um grande abismo em nossa educação que separa pobres de ricos, apesar da promessa de crescimento econômico consistente e contínuo para os próximos anos. Contudo não direi a ninguém para votar no candidato “a” ou “b”. Logo eu, que no artigo passado defendi uma campanha publicitária limpa, devo influenciar as pessoas? As opiniões, por mais diversas que sejam, devem ser respeitadas.
Respeito aquele que votou no Tiririca. Entendo que o Legislativo enfrenta uma grave crise moral. É uma doença que parece não ter remédio, mas gerou, paradoxalmente, um grave “efeito colateral”. Foi eleito um homem do qual nada sabemos. Nada. O leitor pode estar pensando: “Mas você não disse que não iria influenciar ninguém?” Veja, de qualquer forma, o fato está consumado. Além disso, eleger alguém que não existe foge à ética do cidadão. Quem receberá salário no fim do mês: o personagem Tiririca ou o... Como é o nome dele mesmo? Ora, existe alguém por trás da máscara. Mas não votaram nele, e sim num personagem, como se Brasília, a cidade dos panettones e das cuecas recheadas com dinheiro, fosse fictícia. Sabe-se lá como são os demais. O povo mal sabe o nome dos eleitos...
Vamos analisar bem as nossas futuras escolhas! Tenhamos calma na hora de decidir, pois já basta os presidenciáveis estarem histéricos e termos um humorista no congresso. Alguém precisa tomar decisões ponderadas. E este alguém somos nós. O desespero já elegeu um comediante, seguindo a velha máxima dos momentos difíceis: “é melhor rir pra não chorar”. De modo que o próximo presidente terá muito que fazer. É preciso tranquilidade e seriedade. Com desespero ninguém chega a lugar algum. A não ser o Tiririca, com esse “voto de protesto” que na verdade é um voto “kamikaze”, suicida.

Rafael Cardoso

Seria interessante se a sociedade pensasse um terço como você Rafael, teríamos um país mais inteligente e consciente. Já pensou em se candidatar, rapaz? rsrsrs

J.H.C

2 comentários:

  1. Higor Francisco Everardo Oliveira Silva8 de novembro de 2010 às 22:25

    Nao acho que o que colocou o Tiririca no poder foi um voto de protesto, mas sim uma ignorancia de grande parte do votantes. Nao sabem o mal que fazem ao simplesmente jogarem o voto no lixo. E o pior nao e o comediante entrar no poder, mas sim a enxurrada de gente que ele pode levar com ele, porque quanto mais voto ele tiver, mais companheiros que receberam menos voto ele pode por la dentro! Enfim... gostei da expressao 'Voto Kamikaze'. Bem apropriada, eu diria.

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  2. Obrigado, Higor. Apesar de estarmos em abril de 2011, o tema ainda é pertinente, afinal Romário e Tiririca estão apenas no início de seus mandatos. O Kassab está fazendo um partido... Vamos ficar de olho!

    Rafael Cardoso Rocha

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