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quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Capitães da Areia

''Não tenho palavras para dizer o que estou sentindo.
Difícil escrever, mas mais difícil ainda é escrever com o coração.
Os olhos sempre me cegam ao se embaçar com as palavras ainda fixas na mente.
Maravilhoso seria pouco para demonstrar o quanto meu peito está inflado, inflado de dor, inflado de amargura.
Mas meu coração também está feliz, pois conseguiu ver uma história maravilhosa de pessoas tão reais quanto o mundo em que vivem.
Eu vivi entre meninos de rua, meninos mais homens do que homens, meninos sem pai, sem mãe, sem família.
Eu namorei um menino que tinha casa, mas não tinha nem pai, nem mãe, nem família.
Não vivia na rua por ser bondoso demais para fugir, mas era triste e solitário.
Fui a mãe, a irmã e a noiva de meu namorado, um menino triste e solitário.
Um menino que só desejava amor e carinho, alguém para dizer o quanto ele era importante e o quanto gostava dele.
Acho que nunca encontrarei outro namorado tão doce como ele.
Sua dedicação só não foi melhor pelo egoísmo que ele carregava no coração, devido à vida que levava, a vida o transformou.
Eu vi nele uma beleza que ninguém mais via, os olhos felizes e o sorriso belo que só nele encontrarei.
Um menino sem pai, sem mãe, sem família, que só precisava de um pouco de carinho, alguém para dizer o quanto ele era importante.
As pessoas não dão valor à vida que tem, para muitos esta história não passou do que é, uma história.
Para muitos, os meninos pobres não prestam, só atrapalham, eles os odeiam.
Meninos homens, mais homens do que muito homem, meninos crianças.
Meninos que não tem pai, nem mãe, nem família, mas que desejam uma palavra doce, um gesto carinhoso.
Meninos crianças como qualquer outra.
Meninos homens.




E nesta vida vive-se, amargamente, mas vive-se.
E Deus é suprema bondade e suprema justiça. Mas eles não são pecadores.
São meninos bons, são crianças querendo um alento.
Não consigo colocar em palavras meus sentimentos, que embaçam meus olhos e amarguram meu coração.
“Porque a revolução é uma pátria e uma família”

Maravilhoso!!"

Gente, resolvi começar a escrever sobre os livros que li a partir deste maravilhoso do Jorge Amado.

Um livro sem palavras me deu muita felicidade e muita tristeza, mas é de uma beleza inestimável, quem leu sabe do que me refiro, e quem não leu, deveria ler, sem dúvida vai amar! Tem cenas para todos os gostos, desde cenas picantes até as mais tristes possíveis.

Pena não ter te conhecido antes, meu querido, e lhe mandado uma grande carta agradecendo o quanto você me fez bem com este livro, mas esteja onde estiver, saiba que serei eternamente grata por mostrar para meus olhos já cegos diante estes fatos, o quanto minha vida é boa.

J.H.C


terça-feira, 19 de outubro de 2010

Pequena Explicação

Caro leitor,

muito bem vindo ao meu blog.

Em primeiro lugar, quero lhe agradecer por estar lendo este blog, que é feito com o imenso carinho e dedicação para que você se divirta e obtenha alguns conceitos necessários a serem pensados diante a sociedade em que vivemos.

Este pequeno post é apenas para esclarecer dois detalhes.

Os vídeos postados depois dos textos nada mais são do que uma ''trilha sonora'' do texto ao qual pertence.

São também, muitas das vezes, as músicas que me inspiraram para escrever o texto devido.

Quanto às imagens que algumas vezes são postadas, são justamente referentes ao texto, normalmente eu não as explico, e deixo subentendido para que você, leitor, possa usar sua imaginação e criar o seu próprio conceito.

Agora, apenas um aviso. Estarei abrindo outro blog, referente a livros da FUVEST, que tantas pessoas têm dificuldades de ler. Estarei lendo-os e fazendo bons resumos, que são tão difíceis de serem encontrados em bom nível na internet. Interessados, informarei o link a partir do momento em que ele estiver criado. Aguardem!!

E comentem o que estão achando, sempre é bom saber o que vocês pensam, o meu aperfeiçoamento depende de vocês.

Estarei postando logo mais, textos referentes ao Fim do Mundo e livros que eu mesma já li e gostei.

J.H.C

Hello Dolly

Era uma linda manhã de primavera, o sol brilhava alto no céu, enquanto os pássaros cantavam alegremente.

Ágatha se levantou lentamente da cama, os pés descalços andavam lentos em direção ao banheiro. Estava ainda sonolenta, os olhos semi cerrados, as mãos tateando a porta, abrindo-a, ouvindo o seu nheeec. Jogou avidamente água no rosto, despertando por completo.

Arrumava-se com cautela, todos os detalhes eram necessários para que sua beleza fosse mostrada com perfeição.

Os cabelos castanhos ondulados caindo por sobre o ombro, os olhos esverdeados se apreciavam diante o espelho.

Os lábios rosados e carnudos, chamativos.

Colocou um longo vestido azul com um grande decote em V, deixando claro o grande volume de seus seios chamativos e belos.

Se arrumava todos os dias com extrema atenção nos detalhes para, quem sabe, ao sair, encontrar o amor de sua vida.

Ela já o idealizava claramente, um homem alto de longos cabelos louros, olhos azuis, forte, com lábios deliciosos de se saborear, com grandes mãos e fortes, de um romantismo inacreditável.

Ela sabia que o encontraria, estava predestinada a amá-lo e a ser muito amada, era apenas uma questão de tempo.

Calçou seus sapatos que deixavam seus pés delicados, observava-se agora no grande espelho diante sua cama. Era a mulher mais bonita que existia e sabia bem disso.

Saiu de casa sorridente, um sorriso perfeito, branco e doce.

O rosto rosado lhe dava um ar mais jovial e belo do que em qualquer outra mulher.

Os homens da cidade a observavam com atenção, alguns tentavam lhe chamar a atenção, outros preferiam apenas ficar a apreciar a beleza angelical que passava em suas frentes.

Ela sabia que poderia ter qualquer um que desejasse, no entanto, ela queria um específico, e lutaria por ele, mesmo não sabendo onde exatamente ele estava.

-Bom dia, madame!

Alguém lhe disse, uma voz simpática, grossa, gostosa de se ouvir, mas ao qual ela pouco fez caso, e nem se quer se deu ao trabalho de ver a quem pertencia.

Passou, ignorando-o completamente, como sempre fazia com todos os outros.

Grande erro que acabara de cometer, mal sabia ela que deveria ter feito totalmente o oposto do que acabara de fazer, pois aquilo iria lhe gerar consequências catastróficas.

Mas é como dizem, cada um faz suas escolhas, e ela acabara de fazer a dela.

***

Ele a via se aproximando, e como ela era linda meu Deus.

Nunca acharia outra igual, era incrível como aquela mulher estava mexendo com os seus nervos.

Será que desta vez ela lhe responderia?

Normalmente ela ignorava a todos, esse era o seu defeito, achar que ninguém chegava ao seu nível, mas ele provaria, fosse como fosse, que ele foi feito para ela.

Segurando as tulipas em sua mão direita, na direção dela, ele deu a derradeira, esperando que o cheiro das flores, ou talvez as cores, o formato, a formosura daquele ser tão puro e belo, fosse lhe chamar a atenção devida, e assim, mordiscando os lábios um pouco nervoso, abriu um longo sorriso e disse com a mais bela voz que conseguiu encontrar naquela garganta seca, áspera e preocupada.

-Bom dia madame!

Suas mãos já estavam dispostas a lhe entregar as flores a qualquer instante em que ela olhasse para ele. Apenas um olhar, dez segundos, nada mais, era apenas isso que ele tanto queria.

Como sempre, ela o ignorou.

Seus olhos a seguiram indo em direção a padaria.

Se virou e seguiu o caminho oposto ao dela, indo para as colinas.
As flores jogadas ao longe, como se fosse a coisa mais imbecil que ele já fizera na vida.
Seu rosto agora sério, as sobrancelhas franzidas e a testa enrugada, seu sobretudo negro esvoaçando conforme se afastava daquele pequeno vilarejo, completamente frustrado. Seus esforços não estavam valendo de nada, e ele apenas estava fazendo papel de babaca.

O vento batia forte em seus cabelos, esvoaçando-os e o deixando com uma aparência diferente daquele ar doce que ele normalmente transparecia.

***

Um rugido forte e alto foi ouvido ao longe.

Ela olhou para os lados, assustada.

-Mas o que foi isso?

Ela olhou para o padeiro a sua frente, que a observava totalmente hipnotizado com a sua beleza. Os lábios sendo lambidos avidamente, aqueles seios formidáveis...

Ela saiu da padaria sem nada dizer, mas satisfeita com o que estava causando, se esquecendo por completo do som que acabara de ouvir. Escolhera o vestido certo, e isso era o que importava.

Continuou a andar lentamente pela rua, o vestido balançando em cima de suas pernas.

Não percebeu, assim como todos os outros, que o clima estava mudando rapidamente. O vento estava ficando mais forte, e as nuvens mais escuras, tempestade estava por vir.

Continua...

J.H.C


quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Tela do Computador - Parte 2

Estava chocada, meus olhos vasculhavam tudo ao redor, o computador tinha me engolido ou eu estava apenas sonhando?

Era um mundo totalmente novo, mágico, incrível...

As coisas estavam flutuando, passavam por mim como hologramas, sem deixar que eu as tocasse.

-Vem!!

Amelie chamava ansiosamente, as mãos balançando no ar, empolgada, voltava a correr estrada a fora.

Meus pés incontrolavelmente começavam a segui-la rapidamente, de repente eu já não sentia mais nada, a gravidade já não existia, e eu estava flutuando ao lado dela, numa velocidade tão rápida que diria que mal dava para ver as coisas ao nosso redor.

Os olhos ávidos por descobrir tudo o que se passava naquele local, mas ao mesmo tempo querendo ver aonde aquilo ia dar.

Paramos repentinamente, a gravidade nos puxando para baixo, os pés tocando o chão neblinento.

-Venha, siga-me!

Ela falava com uma certeza do que estava fazendo, que era impossível não acompanha-la.

A curiosidade estava me matando, e apesar de estar em um lugar desconhecido, dentro de um computador, e não sabendo o que me aguardava, eu queria correr o risco, sabia que estava segura, sentia que nada de mal poderia me fazer naquele momento.

A cada passo meus pés levantavam aquela neblina, piorando a visão cada vez mais. Estava começando a ficar frio, e meus óculos estavam se embaçando.

-Amelie, não tem outro caminho?

Perguntei, aflita com a situação, mas não obtive resposta alguma, então apenas continuei andando e seguindo-a na medida do possível.

Gargalhadas ao fundo, se aproximando de meus ouvidos e me deixando completamente arrepiada.

-Amelie!!

Ela estava me ignorando por completo e eu estava começando a ficar realmente muito irritada com isso.

-Fille immobile

Que ótimo, não estava entendendo mais nada do que ela estava falando. Estaguinei onde estava, encarando-a, esperando que ela parasse para ver o que passava, mas ela continuou a andar, e eu a perdi completamente de vista com aquela neblina horrenda.

-Ah, que legal, agora estou perdida e sozinha aqui.

Voltei a andar, mas a visão só piorava, e agora eu não sabia mais se estava andando na direção correta ou apenas em círculos.

As risadas voltavam cada vez mais altas.

Aquilo estava mesmo me dando muitos calafrios, mas pode ser por causa do frio imenso que estava se fazendo.

-AMELIE!!

Estava entrando em desespero já, não conseguia ver mais nada além de minhas próprias mãos. Meu Deus, aonde foi que eu me enfiei?

Continua...

J.H.C


quinta-feira, 7 de outubro de 2010

O pesar da idade atrapalha no desenvolvimento de algumas pessoas

Quando nascemos, já estamos pré destinados a morrermos, cedo ou tarde.

Mas conforme crescemos adaptamos ideologias de vidas, de formas, de estilos...

A sociedade aos poucos vai nos corrompendo e aniquilando o senso lógico existente em nossos cérebros.

O meio sempre transformou e sempre transformará o todo, exceto os fortes, estes conseguirão combater as ideologias impostas e criar os seus próprios conceitos.

E são justamente estes que aos poucos, vão se libertando da sociedade em que vive e criando seu próprio método de vida ideal.

As pessoas têm medo de arriscar o novo, o surpreendente, o diferente.

As pessoas têm medo de quebrar as rotinas, apesar de odiá-las.

As pessoas reclamam, mas nada fazem.

E assim, vive-se nesse meio, bem ou mal, mas vive-se.

O ato de sobrevivência vem sendo comum ao ser humano há alguns longos anos já, e ninguém mais liga realmente para o que é viver, apenas sobrevive-se, como bem der.

As pessoas perderam o censo crítico, o julgamento necessário para a felicidade, para a própria felicidade, não a alheia.

As pessoas se preocupam apenas com o outro, sempre o outro, e apenas sabem reclamar de suas meras vidas, em vez de se preocuparem em como concertá-las.

Cada vez mais, a sociedade está ficando desgastada, assim como o meio em que vive.

E me pergunto, até onde aguentaremos? Até onde isso vai chegar? Será que terá um fim? Ainda existe alguma solução de salvamento?

Poucos sábios... Extintos diante a sociedade opressora.

Pena.

Podia ter sido maravilhoso...

J.H.C


segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Tela do Computador - Parte 1

Abri e fechei a página de música ao qual estava tocando uma das minhas preferidas.

Olhei de novo e achei algo estranho com a foto da mulher que ficava de plano de fundo.

Abri e fechei novamente.

Ela continuava a me encarar com seu sorriso sádico na face os olhos profundos me encarando.

Minimizei e voltei novamente, os olhos atentos naquele olhar, ela parecia estar mais conectada comigo.

Meu deus, o que se passava?

Comecei a notar as letrinhas se aproximando, o rosto dela ficando cada vez mais próximo, ou seria minha cabeça se aproximando da dela inconscientemente?

Ela me encarava com aquele sorriso bobo nos lábios, como se soubesse de algum segredo e estivesse louca para me contá-lo.

Minimizei e voltei, voltei e minimizei, minimizei e voltei, voltei e minimizei,minimizei e voltei, voltei e minimizei, minimizei e voltei...

Meu deus, eu devo estar drogada, aquela mulher estava se aproximando a cada clique de ida e volta para a tela do real player com a música francesa tocando de fundo.

Mas o que diabos seria aquilo? Eu estava me transportando para um mundo desconhecido sem saber?

Meus olhos percorrendo ao redor, analisando se ninguém estaria analisando meus movimentos, parei a tela, os olhos fixos nos dela.

Ela continuava a se aproximar, lentamente, quase imperceptível, quase que obscuramente secreta, a música de doce passou a pesar em meu cérebro, a cabeça borbulhando cheia de idéias.

-Amelie?

De repente a foto muda repentinamente, me matando de susto e me fazendo dar um salto para trás da cadeira.

Céus, mas essa foto também está se aproximando, agora ela segura uma colher, como se isso fosse um código ou algo do gênero, como se ela estivesse prestes a me contar uma receita super importante, ao qual eu não poderia perder.

Céus, o que era aquilo? Eu não comi nada de mais, comi?

Então tento passar diante o cérebro em uma questão se fração de segundos o que eu comi durante o dia inteiro, para ver se algo se encaixava, ou se eu por mágica estava simplesmente fazendo algo que nunca antes achei possível fazer...

Talvez um código no computador, usado por pessoas com alto QI intelectual.

Talvez apenas alucinação de minha cabeça me enganando sobre o que era real e o que era falso.

Mas por quê? Por que eu nunca reparara naqueles movimentos? Será que só eu conseguia ver?

-PSIU!

Meus olhos esbugalhados não entenderam absolutamente nada, mas incontrolavelmente minha face se aproxima da tela, os olhos colados no rosto arteiro dela.

Ela me joga uma piscadela charmosa, um sorriso doce e me foge, correndo tela a dentro, ou a fora, seja lá como for, tive a forte impressão que era isso que deveria fazer, segui-la, mas, meu Deus, isso é um computador...

A colher, a colher que estava nas mãos dela, só agora percebo flutuando no ar sozinha, e... Minha imagem transparecendo nela...

Meu deus sou eu... Mas... No computador?

O que fazer? Céus!

Meu dedo indicador da mão direita se aproxima da tela, tremula, sem saber o que fazer, que decisão tomar, e com um leve toque a unha se transporta para um mundo nunca antes imaginado por mim...

Continua...

J.H.C